Policial

Vítima de feminicídio tinha denunciado ameaça

O 2º feminicídio do ano foi registrado em Cascavel ontem. O crime ocorreu na Rua Prates, Bairro Universitário e segundo informações da Delegacia da Mulher de Cascavel, a vítima fatal identificada como Priscila Leandro da Fonseca, de 29 anos, morta por asfixia, tinha um boletim de ocorrência registrado em janeiro deste ano por ameaça, que teria sofrido do esposo, Alex da Luz Silva. O boletim foi registrado pela Polícia Militar. Priscila teria sido orientada a procurar a Delegacia da Mulher, mas não compareceu ao local.

O marido dela, acusado do assassinato, foi preso pela Polícia Militar de Corbélia na tarde de ontem. Alex é mecânico de máquinas agrícolas e trabalhava na cidade vizinha a Cascavel. Segundo informações da PM de Corbélia, Alex recebeu carona do concunhado para trabalhar ontem, e estava com atitude estranha desde o período da manhã, quando disse à mãe de Priscila que a vítima tinha saído cedo para trabalhar.

Os colegas de trabalho de Alex também perceberam a situação e o concunhado, ao saber do assassinato, informou à PM de Corbélia, que prendeu o suspeito no local de trabalho. Alex foi encontrado com uma porção de cocaína e a informação de populares é de que o rapaz é usuário de drogas. Ele foi levado à carceragem da 15ª SDP (Subdivisão Policial) de Cascavel.

O crime

O Corpo de Bombeiros foi acionado na tarde de ontem, a princípio, com uma informação de suicídio. Porém, ao chegar à cena, deu conta de que a vítima tinha marcas de que foi assassinada.

“A mulher tinha marca de asfixia praticada pelas mãos do agressor e ela possivelmente morta durante a madrugada” afirmou o tenente Renan Coelho, da Polícia Militar, que atendeu à ocorrência. A causa da morte será investigada por necropsia do IML (Instituto Médico Legal) de Cascavel, que recolheu o corpo da jovem.

Priscila Leandro da Fonseca, 29 anos, foi encontrada morta em cima da cama, no quarto, pela própria mãe, que recebeu uma ligação da chefe da filha, dizendo que ela não havia comparecido ao trabalho.

A mãe desconfiou da situação porque, logo pela manhã, o genro teria dito que Priscila saiu cedo para trabalhar. Ela foi até a casa da filha, que fica nos fundos, e encontrou o corpo.

Apesar de a casa do casal ser nos fundos, a mãe alega não ter ouvido agressões, mas relatou que havia suspeita de traição do casal e que a Priscila tinha medo do marido. A vítima tem um filho, de oito anos.

Julho violento

O mês de julho começou violento e já registrou três vezes mais homicídios que junho. No mês passado, um assassinato foi contabilizado em Cascavel, de um adolescente de 17 anos que morreu vítima de facadas no Bairro Cascavel Velho. Neste mês, a morte de Priscila já é o terceiro assassinato registrado em quatro dias. Além das três vítimas assassinadas, uma quarta pessoa morreu no hospital no fim de semana: Rafael Padilha, de 19 anos, estava internado desde o fim de maio, quando foi atingido por disparos de arma de fogo, e não resistiu aos ferimentos, entrando para as estatísticas das mortes violentas de Cascavel. A morte de Priscila foi o segundo feminicídio de Cascavel neste ano. O primeiro foi registrado no dia 02 de março. Caline Alves, de 20 anos, foi morta a tiros pelo companheiro no Bairro 14 de Novembro. No ano passado, apenas no primeiro semestre, três feminicídios foram registrados na cidade.