Cotidiano

Toledo terá máquina de descontaminação

Toledo – A aquisição de uma máquina para fazer a descontaminação de lâmpadas fluorescentes deve resolver um grande e antigo problema da destinação correta do material em Toledo. “Com a construção de uma nova central de triagem, com mais de 2 mil metros quadrados, vamos adquirir uma máquina que faz esse processo de descontaminação das lâmpadas e tubos de imagem de televisores. Ela separa esses materiais tóxicos e o vidro, o metal e o plástico dos materiais, que depois são triturados e podem ser comercializados pelos catadores das cooperativas”, explica o secretário de Meio Ambiente de Toledo, Neudi Mosconi.

A destinação das lâmpadas fluorescentes precisa ser feita com cautela, pois o mercúrio (metal presente na composição da lâmpada) que elas contêm é tóxico caso seja inalado. E, se chegar ao solo, pode contaminar rios, intoxicar peixes e até o ser humano. Com a descontaminação, o secretário explica que o mercúrio retirado será enviado a empresas que fazem a destinação correta dessa substância.

Hoje as lâmpadas são depositadas pela população em um ponto de coleta de volumosos no Jardim Coopagro e recolhidas pelas indústrias que fabricam o material, o que é obrigatório por lei. Só que essa recolha é feita a cada dois anos e só acontece por conta de uma ação movida pelo Ministério Público contra essas empresas. A próxima coleta deve acontecer em setembro e, enquanto isso, a prefeitura é responsável pelo armazenamento das lâmpadas, que já estão com um volume considerável.

Outras novidades

A compra de mais quatro caminhões para a coleta seletiva no Município já está encaminhada. “Temos dois caminhões e, com essa aquisição, vamos implantar o serviço de coleta em todos os bairros”, afirma Neudi.

A implantação de três ecopontos – também em parceria com o Estado e a Itaipu – com cerca de 5 mil metros quadrados de área construída, oito contêineres cada um, vai facilitar o descarte dos resíduos volumosos. “Nesses ecopontos a população vai poder descartar lixo eletrônico, eletrodomésticos, móveis, resíduos de construção civil, pilhas, baterias, óleo de cozinha e também resíduo verde, como podas de árvores. Com isso, vamos intensificar as campanhas de conscientização. Nos distritos também serão instaladas estações de sustentabilidade para incentivar a separação adequada dos materiais descartados e facilitar o acesso da população”, enfatiza Neudi.

O secretário destaca que a ideia é implantar um modelo de referência em coleta seletiva na transformação do lixo: “Nós queremos oferecer à população espaços e possibilidade de fazer o descarte correto de todos os tipos de lixo que produzimos e reciclar a maior parte do possível, mostrando para outras cidades que é possível cuidar do meio ambiente”.

Cascavel: depósito cheio e sem solução

Em Cascavel, o poder público é responsável apenas pela fiscalização do descarte incorreto com lixo comum e a população deve seguir a lei federal de logística reversa, que obriga as fabricantes dos produtos a recebê-los de volta e dar a destinação correta a eles. Ou seja, o consumidor precisa devolver a lâmpada fluorescente no mesmo local em que a adquiriu, para que o comerciante a entregue à indústria. Mas, de acordo com empresários do setor, as indústrias não cumprem a lei e a destinação vira dor de cabeça.

“As lojas conveniadas à Acic [Associação Comercial e Industrial de Cascavel] só conseguiram fazer uma entrega de cerca de 80 mil lâmpadas à indústria há cerca de dez anos e depois não conseguimos mais. As indústrias não querem, então há três anos tivemos que fazer a entrega a uma empresa que faz essa destinação, mas aí é claro que tivemos que pagar por isso”, explica Leopoldo Furlan, proprietário de uma loja que vende lâmpadas.

Sem destinação correta, os empresários têm armazenado as lâmpadas usadas. “Por conta dos materiais tóxicos que ela contém, como mercúrio, o armazenamento deve ser feito de maneira segura. Por isso temos um espaço específico. Hoje há cerca de 1.200 lâmpadas fluorescentes tubulares armazenadas, sem contar as compactas”, revela Furlan.

Troca pelo LED

Outro fator que vem fazendo com que os estoques de lâmpadas usadas aumentem nas lojas é a substituição das lâmpadas fluorescentes pelas de LED, com vida útil maior, sem poluentes, e que podem ser descartadas e até reaproveitadas como lixo eletrônico. “A venda das lâmpadas de LED vem crescendo e muita gente está trocando as fluorescentes que ainda funcionam, o que faz nosso estoque aumentar. O futuro, sem dúvida, é o LED, mas é preciso ter cautela na hora da troca, porque gera um lixo desnecessário. Outra opção é uma versão mais fina da lâmpada fluorescente tubular, que tem quantidade menor de mercúrio”, explica Leopoldo Furlan.

O empresário afirma ainda que a compra de uma máquina para fazer essa descontaminação não seria viável para os lojistas: “Para nós, não compensaria porque a venda dos materiais separados não geraria lucro significativo e ainda teríamos que encontrar uma opção para armazenar o mercúrio retirado, que precisa ficar isolado por cerca de 200 anos, então é inviável”.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Cascavel, existe um estudo em andamento para a substituição das lâmpadas fluorescentes pelas de LED em prédios públicos do Município.

Foz do Iguaçu

Em Foz do Iguaçu, a população deve fazer a entrega das lâmpadas no local onde foram compradas, e com a apresentação da nota fiscal. Caso não tenha como comprovar a compra, pode encaminhar a uma empresa privada que faz a destinação correta da lâmpada, mas para isso terá de pagar uma taxa.

Já em relação aos prestadores de serviços turísticos e comércios, o Município cobra a obrigatoriedade da apresentação de um Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos, conforme Decreto Municipal 24.773/2016.