Cotidiano

Temer pediu R$ 1 milhão em dinheiro vivo, diz ex-diretor da JBS

Em depoimento à Procuradoria-Geral da República,  o  ex-diretor da JBS Ricardo Saud afirmou que o presidente Michel Temer teria pedido a entrega de 1 milhão de reais, em dinheiro vivo, em uma empresa do coronel aposentado João Baptista Lima como parte de um acordo durante as eleições de 2014.  As informações são do site da revista Veja.

Segundo Saud, Temer teria lhe entregado o endereço da empresa em um bilhete durante uma reunião em São Paulo, em 2014.

Ele afirma que o dinheiro destinado ao presidente era parte de um acordo feito entre  JBS, PT e PMDB durante a campanha à reeleição de Dilma Rousseff. “O dinheiro era do PT. O PT deu para o presidente Temer para usar para campanha de vice. E assim foi feito e, não satisfeito, ainda guardou um milhão para ele no bolso”, diz Saud no vídeo, segundo o site da revista Veja.

O delator explica que, na época, senadores do PMDB estariam ameaçando apoiar o PSDB nas eleições. Ao ser informado sobre a possível saída dos senadores, Temer reassumiu a presidência do PMDB e acertou um repasse do PT de 15 milhões de reais, que seria distribuído entre os peemedebistas. O dinheiro do repasse, segundo Saud, vem da conta-propina que o PT supostamente tinha com a JBS.

Saud ainda detalhou que 9 milhões de reais do valor total teriam sido destinados ao diretório nacional do partido e 2 milhões teriam sido usados para bancar gastos da campanha da Paulo Skaf, na época candidato ao governo de São Paulo, com o marqueteiro Duda Mendonça. Três milhões (em espécie) teriam sido entregues ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

O restante (um milhão de reais) teria sido entregue a Temer na sede da empresa Argeplan Arquitetura e Engenharia, que tem como sócio o coronel João Baptista Lima. Um dos homens de confiança do presidente, Lima foi alvo de um mandado de busca e apreensão na última quinta-feira, durante a Operação Patmos.

Vale lembrar que em duas semanas, começa o julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE. Se esses fatos forem confirmados durante as investigações,  a principal linha de argumentação da defesa do presidente (que afirma que as campanhas eram separadas) pode perder sua força.