Policial

Só integração de forças pode conter o crime organizado

Foz do Iguaçu – O coordenador do núcleo de Foz do Iguaçu do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Tiago Lisboa Mendonça, falou ao programa MP no Rádio sobre a importância da integração das forças de segurança como recurso indispensável para conter o contrabando e o tráfico de drogas e pessoas, situações que se tornaram cotidianas na tríplice fronteira. Ele defende a participação mais efetiva e constante das Forças Armadas e não apenas em situações e operações pontuais.

Foz é conhecida nacionalmente por suas belezas naturais, mas sua posição geográfica a faz ser alvo constante das ações de contrabandistas e traficantes. Isso requer uma ação mais efetiva, e só união contínua de todos os órgãos da fronteira pode enfrentar esses crimes ordinários, argumenta o promotor de Justiça.

Só de fronteira seca em municípios que fazem divisa com outros países, há 500 quilômetros na região oeste. No Brasil, essa área é de 16 mil quilômetros, dividindo o território brasileiro de outros dez países da América do Sul.

Não é de hoje que a falta de investimentos para estruturar melhor esses órgãos é ponto agravante, inclusive citado por Tiago Mendonça. O desafio do Ministério Público em suas esferas é buscar uma atuação conjunta, na qual a integração prevaleça. “A ausência dessa união é uma grande deficiência”.

Ele reforça que o Gaeco tem trabalhado nesse sentido, de integrar mais as forças para combater os crimes. Esses crimes estão relacionados ao âmbito federal, com atuação da Polícia Federal. “O descaminho e o tráfico acabam refletindo nos índices de violência relacionados a homicídios e roubos”.

A escassez de recursos aos órgãos preocupa e dificulta as operações. O anúncio do governo há poucos meses sobre o corte no orçamento da Polícia Federal causou um enorme impacto na fronteira. Por outro lado, a presença do Batalhão de Fronteira em Marechal Cândido Rondon é apontada como um grande avanço no cerco aos contrabandistas. “Todos os esforços são voltados a guarnecer melhor nossas fronteiras”.

O Gaeco tem procurado ultimamente agir com rigor contra os crimes envolvendo o patrimônio público e investigando servidores públicos de má índole. O Gaeco também atua no controle externo da atividade polícia, investigando condutas criminosas praticadas por agentes de segurança pública.