Cotidiano

Salto Portão: 20 anos para recuperar a mata nativa

A unidade de conservação Salto Portão, conhecida como Ponte Molhada, um dos cenários mais bonitos de Cascavel, perderá todas as árvores de pinus até março de 2019. A intenção é dar início à recuperação da mata nativa dessa região, o que levará pelo menos 20 anos de cuidados.

O Pinus elliottii é considerada uma espécie invasora, oriunda dos Estados Unidos e do Canadá, e impede a regeneração das espécies nativas. “Já começamos a retirada dos pinus e vamos eliminar o máximo possível para reflorestar o local”, explica o gestor ambiental José Luiz Ferreira, da Secretaria do Meio Ambiente.

As árvores derrubadas serão substituídas por espécies nativas.

De acordo com o engenheiro florestal do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) Carlos Constantino, esse pinus está na lista das espécies proibidas em áreas de conservação e por isso do local serão retiradas de 20 a 30 árvores adultas e muitas mudas, um total estimado de 300 unidades. “A retirada do pinus é benéfica para o parque, já que essa espécie de árvore deixa o solo muito ácido e impede que outras árvores nativas cresçam na região. O modelo é o mesmo que foi aplicado pelo IAP no Parque Estadual Vila Velha”, explica.

As árvores que forem retiradas do local são repassadas para o Provopar Cascavel, que vende a lenha para uma empresa e usa a renda nas ações da entidade.

Revitalização será concluída em março

A retirada das árvores faz parte da revitalização do Parque Salto Portão. A área de cinco alqueires está sendo limpa, a estrutura física será pintada e os três quioques reformados, assim como banheiros e a construção completa das escadarias da cachoeira, mais o desassoreamento do lago.

Na segunda etapa da revitalização, a secretaria almeja construir um local para abrigar um guarda municipal que ficará disponível para cuidar do parque e impedir o vandalismo.

Aos poucos o local começa a perder o ar de abandono. A última revitalização foi feita em 2010 e desde então tudo foi depredado. Banheiros foram quebrados, paredes dos quiosques pichadas e muito lixo está no local.

A Cohavel (Companhia de Habitação de Cascavel) é a responsável pela obra e até o fim deste mês promete deixar dois dos três quiosques prontos. O funcionário responsável pela reforma, Ney de Souza, explica que boa parte da obra já está feita. “A Cohavel ficou com a parte da reforma, os pisos estão prontos, as mesas e as churrasqueiras também. Agora estamos lavando para pintar todas as estruturas”.

O restante do projeto será executado no começo de 2019. A obra deve ficar pronta em março do ano que vem.

Ambição

Como o parque é uma unidade de conservação, a intenção da Secretaria de Meio Ambiente é criar um local de pesquisas para que as universidades da região possam levar alunos para observar a fauna e a flora e implantar projetos de pesquisa.

Futuramente existe a intenção de fazer um chamamento público para que empresas interessadas em construir um comércio no local possam administrar a limpeza e o cuidado da unidade de conservação com a fiscalização da secretaria, assim como é feito em grandes parques ecológicos.