Cotidiano

Revitalização das prainhas é a aposta para redenção do turismo

São Miguel do Iguaçu – Os municípios estruturados com praias artificiais e complexos de lazer que surgiram por conta da formação do reservatório de Itaipu, com 4.514 quilômetros de área inundada, na Costa Oeste do Paraná, classificam a parceria com Itaipu e Adetur como uma “redenção do turismo”.

Só que, mesmo ante à promessa de apoio financeiro, até agora os únicos dois municípios que protocolaram os projetos foram Santa Terezinha de Itaipu e São Miguel do Iguaçu.

No começo do ano ocorreu o anúncio oficial da parceria, em que Itaipu será responsável pelo repasse de 60% dos recursos necessários e o restante cabe aos municípios.

Os projetos devem contemplar prioritariamente obras consideradas primárias, como ajardinamentos, iluminação, atracadouros, pavimentação, calçadão, pinturas, manutenção da orla, dos quiosques e das churrasqueiras, entre outros serviços.

A novidade que fez a Binacional repensar o seu modelo de comodato, que anteriormente restringia a exploração comercial privada, é que será possível, por intermédio do projeto, realizar PPPs (Parcerias Público-Privadas) para investimentos em espaços gastronômicos, como restaurantes, e outros atrativos ligados ao entretenimento.

O presidente da Adetur, Flávio Degaspari, citou como bom exemplo desse modelo o Parque Nacional do Iguaçu e o remodelado Marco das Três Fronteiras, que saiu do ostracismo para ser um dos pontos mais visitados da fronteira, em Foz do Iguaçu. “A maioria das praias artificiais não tem estrutura adequada de gastronomia para atender os turistas, e isso poderá ser potencializado por intermédio da PPP”, comentou Degaspari.

A parceria público-privada também pode incentivar o avanço de empreendimentos hoteleiros, conforme ele.

Sugestão

A princípio, o plano de concessão das prainhas por intermédio do modelo PPP vai englobar dez cidades, são elas: Entre Rios do Oeste, Marechal Cândido Rondon (Porto Mendes), Santa Helena, Santa Terezinha de Itaipu, Foz do Iguaçu, Mercedes, São Miguel do Iguaçu, Guaíra, Itaipulândia e Missal. Em relação ao valor estimado do investimento, Itaipu informa que a quantia pode variar em função do projeto executivo apresentado.

O foco de vários municípios é a saúde e a educação, justamente por isso os gestores preferem deixar essas concessões nas mãos da iniciativa privada, que poderá dar uma atenção melhor e aprimorar a estrutura de atenção ao turista.

O estudo apresentado pela Adetur para atender os municípios lindeiros demorou um ano e meio e identificou a realidade compatível com cada cidade. “A viabilidade das parcerias com a iniciativa privada é um olhar único do município”.

Itaipu também estuda estender o prazo de comodato das praias artificiais para mais dez anos, prorrogáveis para o mesmo período.

Data-limite será cumprida, diz presidente dos lindeiros

A presidente do Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu, prefeito de Mercedes, Cleci Loffi, acredita que até o fim de março, prazo-limite estabelecido pela Diretoria de Coordenação da Itaipu para o protocolo dos projetos para revitalização das prainhas, a maioria dos 16 municípios lindeiros já terá entregue a documentação para dar continuidade ao trâmite de liberação de recursos. “Todos os processos estão em fase de finalização. Esse aporte de recursos será a redenção do turismo nas cidades da Costa Oeste”, comentou.

Segundo ela, São Miguel do Iguaçu manteve contato com a Itaipu antes do anúncio do acordo para repasse de recursos e que por isso saiu na frente na liberação de recursos em relação aos outros municípios, o mesmo acontecendo com a Prefeitura de Santa Terezinha de Itaipu.

O Município de Marechal Cândido Rondon também já concluiu o projeto de revitalização de obras primárias para atrair o turismo de descanso e eventos.