Cotidiano

Região atinge o melhor saldo histórico da balança comercial

Queda nas importações e as exportações em alta rendem saldo de quase US$ 1 bilhão

Cafelândia – O ano de 2017 caminha para uma consagração das transações internacionais. De janeiro a outubro deste ano, segundo dados recém-divulgados da balança comercial, complicados pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), as 34 cidades do oeste que atuam no mercado internacional atingiram o melhor índice financeiro para as exportações e, consequentemente, no saldo da balança comercial, desde que a série histórica começou a ser divulgada, em 2006. O oeste bateu a marca de US$ 1,457 bilhão em vendas para outros países, enquanto as importações chegaram a US$ 513 milhões, aproximando-se dos US$ 2 bilhões de comercialização.

Nesse período, o saldo da balança em 31 de outubro é superavitário de US$ 944 milhões o que reforça a previsão de fechar o ano em US$ 1 bilhão. É isso o que avalia o analista de mercado Camilo Motter.

O ano em que as exportações ficaram mais perto dessa marca foi em 2014, quando as vendas para outros países atingiram cerca de R$ 1,262 bilhão em dez meses, porém as importações somaram US$ 542 milhões, e o saldo ficou em US$ 758 milhões.

Vendas em alta

O volume financeiro de exportações em 2017 é 21% maior que o registrado no mesmo período de 2016, quando somava US$ 1,205 bilhão. Já o saldo da balança regional é 57% maior agora que o de 2016, quando não passava de US$ 600 milhões.

Para Camilo Motter, a explicação pode estar em alguns fatores associados. O principal deles é o aumento da produção agrícola neste ano em todo o País e, claro, no oeste paranaense também. “Tivemos colheitas excepcionais tanto de soja quanto de milho e parte disso foi vendida para outros países. Mas temos ainda um elevado índice de industrialização do agronegócio, é o valor agregado, e a cotação do dólar foi um pouco maior neste ano, favorecendo as vendas ao mercado internacional”, enumera.

Avicultura se mantém na liderança

Mas se a balança comercial vai bem, deve agradecer à agroindústria, especialmente a avicultura. Isso porque em torno de 85% das transações internacionais feitas pelo oeste correspondem às vendas da carne de frango, puxadas por municípios como Cascavel, Cafelândia, Palotina, Matelândia, Medianeira e Marechal Cândido Rondon.

Para o analista de mercado Camilo Motter, o que ocorre na região obedece a uma tendência nacional: “Como já atingimos esta marca recorde, 2017 vai mesmo se consagrar como o melhor ano para as exportações e, consequentemente, como houve queda nas importações, o melhor saldo da balança, acima de US$ 1 bilhão”.

Já as quedas seguidas nas importações também podem estar calçadas no aumento do dólar. Com a moeda americana mais valorizada e em tempos de crise enfrentados pelo mercado brasileiro, muitos industriais seguraram o que puderam para evitar o endividamento e, mesmo, quando possível, substituindo os produtos importados pelos nacionais toda vez que o preço compensasse.