Cotidiano

Receita recupera R$ 73 bi em impostos não pagos

Brasília – O total de créditos tributários (impostos não pagos, multas e juros) recuperados pela Receita Federal no primeiro semestre deste ano foi de R$ 73,636 bilhões em lançamentos. O valor é 12,6% maior na comparação com o mesmo período de 2016, quando somou R$ 65,4 bilhões. Do total, R$ 4 bilhões vieram de autuações relacionadas à Lava Jato. De 2015 a 2017, o total recuperado com a operação chega a R$ 12,8 bilhões.

“Foi o segundo melhor primeiro semestre da história da fiscalização da Receita. Os auditores botaram a faca nos dentes e entregaram um resultado bastante significativo. O principal deles é o grande volume de crédito tributário de contribuição previdenciária. Tivemos aumento de 54% no combate à sonegação previdenciária. Quando o País está discutindo a reforma da Previdência, a Receita Federal, que tem responsabilidade sobre metade desse problema, está dando a resposta”, disse o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Iágaro Jung Martins, ao divulgar o balanço ontem, em Brasília.

Na área da previdência, as principais hipóteses de sonegação são a contratação de pessoa física como pessoa jurídica, o pagamento por grandes empresas por Stock Options (forma de remuneração de gestores por meio de bonificações ou direito à compra de ações), a segregação de pessoas jurídicas, quando se separa a empresa e leva seus funcionários para uma empresa tributada pelo Simples, de forma a não ter de pagar a contribuição previdenciária patronal.

Foram investigadas 6.161 pessoas jurídicas em 2017, o que resultou em R$ 70.672 bilhões em créditos tributários. Já o total de pessoas físicas ficou em 195,5 mil, o que correspondeu a R$ 2,96 bilhões.

Lava Jato

De acordo com Iágaro Jung Martins, há ainda 177 pessoas físicas e jurídicas relacionadas à Lava Jato sendo investigadas. “A expectativa é de que até o fim do ano ampliemos para R$ 15 bilhões os valores desses lançamentos”, disse.

BNDES recua

Os desembolsos do BNDES no primeiro semestre de 2017 somaram R$ 33,5 bilhões, queda de 16,6% em relação ao volume de empréstimos nos primeiros seis meses do ano passado. O número foi apresentado ontem pelo superintendente da Área de Operações Indiretas do banco, Marcelo Porteiro, e pelo superintendente da Área de Planejamento e Pesquisa, Flavio Giambiagi, na sede da instituição, no centro do Rio.

Segundo Porteiro, “com a crise, bancos se retraíram e buscaram níveis maiores de rating e garantias”.