Cotidiano

Paralisação ganha força e desabastecimento preocupa

Setor produtivo alerta para cargas vivas perecíveis paradas e falta de ração nas granjas

Palotina – Com 33 pontos de protesto em rodovias federais e outros 12 em rodovias estaduais, motoristas em todo o Estado do Paraná engrossaram as manifestações nacionais nessa terça-feira. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, em todas as PRs apenas caminhões com cargas perecíveis podiam seguir viagem. Carros de passeio, ambulâncias e ônibus não são retidos, mas caminhões com carga seca ficaram retidos nos bloqueios.

Já nas rodovias federais a PRF informou que os caminhoneiros que optavam por não aderir à paralisação eram liberados e que situações pontuais de bloqueio foram registradas, exigindo a presença da Polícia Rodoviária no local.

No segundo dia de protesto, entidades de classe reforçaram o apoio às manifestações, mas não esconderam a preocupação com o desabastecimento de produtos, o que pode iniciar em breve.

Segundo algumas entidades de classe, a população em alguns estados brasileiros já começa a sentir esses reflexos. A manifestação atinge 21 estados. A greve é uma forma de protesto contra a política de reajuste do óleo diesel da Petrobras e pela defasagem do valor do frete.

Cargas paradas

O Sindicarne-PR e a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), em comunicado conjunto divulgado ontem, informam que “todo o nosso setor de matérias-primas vivas [boi, suíno, aves] e leite e o abastecimento em geral está sendo muito afetado”, assina o presidente-executivo das entidades, Péricles Salazar. “Nós estamos recebendo inúmeras queixas de caminhões transportando nossos produtos que são perecíveis e estão parados em várias regiões do País”, disse.

Segundo Salazar, a Abrafrigo e o Sindicarne-PR entendem e consideram o protesto justo diante das circunstâncias, “mas a economia não pode parar por causa disso. E o fato das carnes serem um produto perecível, agrava ainda mais a situação”.

Um dos maiores laticínios da Região Sul do Brasil, a Tirol, divulgou nota na qual “expressa sua insatisfação com relação ao aumento do preço dos combustíveis, que ocasionou a greve dos caminhoneiros iniciada nesta segunda-feira”, mas reconheceu que, “ainda que legítima, a greve traz prejuízos enormes para toda a cadeia leiteira, desde a captação junto aos produtores até a entrega nas unidades fabris”. “É fundamental a percepção de que aumentos nos combustíveis acarretam inevitavelmente em repasses no valor do produto ao consumidor final. Isso sem esquecer dos imensos prejuízos em função das paralisações nas estradas, como o consequente risco de descarte de mercadorias in natura, a demora no transporte e entrega das cargas e o eventual risco de não conseguir chegar às propriedades para fazer a captação do leite”.

Comitê de crise para o levantamento de informações

A Abpa (Associação Brasileira de Proteína Animal) alertou ontem sobre os riscos de continuidade das paralisações e bloqueios. Representante de mais de 140 agroindústrias e entidades vinculadas à avicultura e à suinocultura, a entidade estabeleceu um comitê de crise para o levantamento de informações sobre os problemas causados pelo movimento nas estradas.

Conforme relatos dos associados, os bloqueios impedem o transporte de aves e suínos vivos, ração e cargas refrigeradas destinadas ao abastecimento das gôndolas no Brasil ou para exportações.

“A continuar este quadro, há risco de falta de produtos para o consumidor brasileiro. Animais poderão morrer no campo com a falta de insumos. Já temos relatos de unidades produtoras com turnos de abate suspenso. Contratos de exportação poderão ser perdidos e há um forte aumento de custos logísticos com reprogramação de embarque de cargas. Os prejuízos para o setor produtivo e para o País são incalculáveis”, alerta a associação.

“A Abpa apoia as motivações da paralisação, mas entende que o movimento deve preservar o fluxo dos alimentos e dos insumos para a produção. É de conhecimento nacional a grave crise enfrentada pela cadeia produtiva de proteína animal, que há meses luta para preservar os postos de trabalho do setor. Impedir a continuidade da produção poderá gerar consequências graves para todo o País, especialmente nos pequenos municípios onde o sistema produtivo está instalado”, reforçou, em nota.

Caciopar pede ação imediata do governo

A Caciopar também veio a público para se manifestar a respeito do movimento. Disse que os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis pioram ainda mais o quadro de dificuldades que o Brasil enfrenta na pior das suas crises. “O preço alto, que inviabiliza atividades profissionais como a dos caminhoneiros, traz enormes consequências às empresas, aos consumidores e à economia, que lentamente tenta se recuperar de um período de enormes dificuldades”.

A entidade representa 46 associações comerciais disse ser favorável à manifestação dos caminhoneiros. “Todo aumento no diesel, gasolina ou etanol impacta diretamente na economia, já que os preços são repassados às empresas e aos consumidores, estabelecendo uma cadeia viciosa que gera ainda mais problemas e insatisfações (…) Mas não basta reduzir momentaneamente os impostos para a diminuição temporária dos combustíveis. O que se pede são ajustes nas contas do Estado, a implantação de políticas de combate ao desperdício e de eficiência na gestão pública. Na austera administração do dinheiro do contribuinte e em ações efetivas de combate a superfaturamentos e à corrupção. O Brasil e os brasileiros não suportam mais o aumento de impostos e de insumos como os combustíveis sem que o governo faça nada na contenção dos seus gastos”.

Justiça Federal estipula multa para bloqueios e interdições

Ao tempo em que manifestantes ganham apoio, a Justiça Federal de Santa Catarina e do Paraná concederam liminares proibindo a ocupação, a obstrução ou que dificultem a passagem em rodovias federais nos dois estados ou nos acessos a elas.

A ação de interdito proibitório foi proposta pela União contra a Abac (Associação Brasileira de Caminhoneiros), o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Vale de Araranguá e a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos).

A multa em caso de descumprimento é de R$ 1 mil por hora em desfavor dos réus e dos líderes do movimento, a serem identificados pelo oficial de Justiça no momento da intimação. O uso de força policial está autorizado para evitar atos ilícitos ou depredação, “ressaltando, porém, que o cumprimento deverá ocorrer preferencialmente de forma pacífica e, apenas caso necessário, com uso moderado da força, sem excessos que possam configurar qualquer forma de abuso”, escreveu o juiz na decisão.

No Paraná, Cascavel, Guarapuava e Curitiba tiveram liminares concedidas, sob pena de multa no valor de R$ 100 mil por hora em caso de descumprimento. Em Foz do Iguaçu, o pedido foi indeferido.

Frigorífico anuncia suspensão dos abates

Os efeitos práticos da paralisação dos caminhoneiros já fizeram com que algumas empresas adotem medidas alternativas. Na região oeste do Paraná, a C.Vale decidiu suspender o abate de frangos e de peixes em Palotina a partir de hoje (23). A medida foi tomada em função das dificuldades para armazenagem e transportar as carnes. A cooperativa processa, atualmente, 530 mil frangos/dia e 50 mil tilápias/dia. A retomada das atividades ocorrerá assim que as rodovias forem liberadas. “Para isso, a direção da C.Vale espera que o governo federal e representantes dos caminhoneiros cheguem a um acordo o mais brevemente possível tendo em vista o risco de grandes prejuízos e transtornos para produtores, funcionários, indústrias e consumidores”, informou a cooperativa.

Apoio

Ainda em Palotina, a Sociedade Rural e o Sindicato Rural Patronal realizaram concentração em apoio ao movimento dos caminhoneiros na rodovia PR-182 na saída para Maripá e Toledo. A rodovia não foi interditada para não prejudicar o trânsito no local.

Frigorífico anuncia suspensão dos abates

Os efeitos práticos da paralisação dos caminhoneiros já fizeram com que algumas empresas adotem medidas alternativas. Na região oeste do Paraná, a C.Vale decidiu suspender o abate de frangos e de peixes em Palotina a partir de hoje (23). A medida foi tomada em função das dificuldades para armazenagem e transportar as carnes. A cooperativa processa, atualmente, 530 mil frangos/dia e 50 mil tilápias/dia. A retomada das atividades ocorrerá assim que as rodovias forem liberadas. “Para isso, a direção da C.Vale espera que o governo federal e representantes dos caminhoneiros cheguem a um acordo o mais brevemente possível tendo em vista o risco de grandes prejuízos e transtornos para produtores, funcionários, indústrias e consumidores”, informou a cooperativa.

Apoio

Ainda em Palotina, a Sociedade Rural e o Sindicato Rural Patronal realizaram concentração em apoio ao movimento dos caminhoneiros na rodovia PR-182 na saída para Maripá e Toledo. A rodovia não foi interditada para não prejudicar o trânsito no local.

Petrobras reduz preços

Após uma sequência de reajustes praticamente diários, a Petrobras reduzirá os preços da gasolina em 2,08% e do diesel em 1,54% nas refinarias a partir desta quarta-feira (23). Segundo informou a petroleira, o preço da gasolina nas refinarias cairá de R$ 2,0867 o litro para R$ 2,0433 a partir de hoje. Já o preço do diesel será reduzido de R$ 2,3716 para R$ 2,3351.

Contudo, a medida foi adotada em função da queda do dólar na segunda-feira e faz parte da política de reajustes diários. A Petrobrás negou qualquer alteração nessa política e rechaçou uma possível ingerência por parte do governo federal na gestão da estatal.

 

 

Greve dos caminhoneiros em Cascavel

Posted by O Paraná / Hoje News on Wednesday, May 23, 2018

 

Greve caminhoneiros Toledo..

Posted by O Paraná / Hoje News on Wednesday, May 23, 2018

 

Greve de caminhoneiros na BR-163 em Marechal Cândido Rondon.

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Greve dos caminhoneiros na PR-495 em Iguiporã, distrito de Marechal Cândido Rondon.

Posted by O Paraná / Hoje News on Wednesday, May 23, 2018

 

Greve caminhoneiros Esquina Céu Azul

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