Agronegócio

Oeste vai produzir 10% da safra nacional de trigo

Cascavel – Produtores que destinaram suas áreas ao trigo na região já iniciaram a colheita do cereal. Ontem, por exemplo, já havia máquinas no campo, aproveitando as condições do tempo favoráveis.

As lavouras deste ano, 70% maiores que as de 2017, somam agora nos Núcleos Regionais de Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Toledo e de Cascavel 195,6 mil hectares e prometem render uma excelente produção de 608 mil toneladas.

Em um ano em que a produção brasileira deve girar de 5,5 milhões a 6 milhões de toneladas, o oeste do Paraná promete responder sozinho por 10% do cultivo brasileiro.

A área é uma das maiores dos últimos anos e a produção uma das mais elevadas da última década.

E os preços

Diferente de outros anos quando o preço do cereal não era nada convidativo, a expectativa de quem colhe agora está nas alturas. A saca do cereal teve valorização de mais de 50% somente nos últimos meses. A saca que tem batido com frequência a casa dos R$ 50 revela um cenário bem diferente do vivido no início do ano, quando 60 quilos do cereal eram cotados a menos de R$ 35.

Segundo o diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, a expectativa dessa vez é para que haja absorção de 100% da produção regional no mercado interno, diferente do que era observado há alguns anos quando, apesar da boa qualidade, as safras internas eram mantidas em estoque em detrimento do cereal argentino, altamente importado pelos moinhos.

Segundo Dilvo, a explicação para essa acomodação no mercado interno está na intensa campanha feita pela Cotriguaçu e outras cooperativas de estimulo ao consumo do cereal brasileiro, inclusive porque parte delas tem seus próprios moinhos e deverão priorizar o grão colhido por aqui. “Queremos estimular o aumento da área com trigo nos próximos anos e revelar que existe mercado para o produto”, destaca.

Aliás, mercado é o que não falta, o que falta é trigo nacional. Com uma demanda interna de cerca de 11,5 milhões de toneladas, se o Brasil de fato colher as 6 milhões de toneladas, significa que mesmo assim outras quase 6 milhões de toneladas terão de ser importadas.

Segundo o Deral (Departamento de Economia Rural), ainda não é possível fazer uma leitura precisa sobre perdas nesta safra nem sobre a qualidade do cereal cultivado na região. Isso porque a colheita começou agora e só deve ser intensificada na próxima semana, seguindo assim até o fim de setembro. Por enquanto não se trabalha com percentuais de redução na produção do oeste.