Brasília – O MPF (Ministério Público Federal) de Brasília pediu para a Justiça o bloqueio de R$ 24 milhões em bens e valores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (R$ 21,4 milhões) e do seu filho caçula, Luís Cláudio (R$ 2,5 milhões). Caberá à 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília decidir sobre o caso.
O pedido do MP foi feito dentro de uma ação da Operação Zelotes em que Lula e o filho são réus.
Em nota, a defesa do ex-presidente afirmou que não há "base jurídica" nem "materialidade" para o pedido de bloqueio. O advogado Cristiano Zanin disse que não há provas para as afirmações que o MP usa para justificar o pedido.
Lula é acusado de editar uma medida provisória para favorecer empresas do setor automotivo em troca de recebimento de propina. Luís Cláudio era ligado às empresas, de acordo com apurações da polícia.
Lula e o filho são investigados também por suspeita de favorecimento ao grupo sueco Saab nas negociações que levaram à compra pelo governo brasileiro de 36 caças do modelo Gripen.
O MPF alega que Lula sabia, desde setembro de 2012, que os lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, donos de uma empresa de consultoria, diziam que tinham prestígio junto ao governo federal para favorecer a empresa sueca.
Venda de fumaça
Segundo o MPF, em agosto de 2013 Lula aderiu à divulgação de que poderia haver influência no Governo Dilma Roussef, reafirmando uma "venda de fumaça" para beneficiar seu filho com dinheiro que a Saab pagaria à empresa de Mauro e Cristina. Assim, o MP diz que Lula é responsável pelo retorno financeiro que eles tiveram da Saab, além de também ter agido pelo recebimento de R$ 2,5 milhões do filho Luís Cláudio.
