Cotidiano

Morte de bebê por suspeita de meningite bacteriana sob investigação

Prefeitura de Marechal Cândido Rondon tem prazo de 120 dias para entregar relatório à 20ª Regional de Saúde

Um novo caso suspeito de negligência e demora no atendimento foi registrado em Marechal Cândido Rondon, desta vez envolvendo a morte de um bebê de três meses, por suspeita de meningite bacteriana.

Na semana passada, a recepcionista Josiane Felipe, 26, morreu 10 dias depois de ter tido complicações na hora do parto. Ela foi atendida inicialmente no Hospital Dr. Cruzatti, em Rondon e devido o seu quadro instável, foi encaminhada via transporte aéreo para um centro especializado na cidade de Palmas, onde faleceu. Há suspeita de que um medicamento teria sido aplicado de maneira errada, levando ao óbito da jovem. A família cobra mais esclarecimentos.

Desta vez, a polêmica no setor de saúde envolve a morte no domingo de uma criança de três meses por suspeita de meningite bacteriana. Informações ainda não oficializadas dão conta de houve demora no atendimento por parte do pediatra plantonista que teria levado quatro horas para prestar o devido atendimento.

A criança teria sido levada duas vezes para Unidade de Saúde 24 horas. Na primeira, ela foi encaminhada para a unidade de saúde no sábado, teria recebido atendimento, medicada e liberada. Com o estado de saúde da criança inalterado, a família, que reside há pouco mais de dois meses no bairro de Higienópolis, em Marechal Cândido Rondon, buscou novamente o atendimento na unidade de saúde.

Com o quadro clínico inspirando cuidados, na manhã de domingo a criança foi transferida por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para o Hospital Bom Jesus, em Toledo, onde não resistiu e morreu. A causa da morte será divulgada nos próximos dias, com base em exames realizados.

SINTOMAS

A meningite bacteriana provoca a inflamação do tecido que encobre o cérebro e a medula. Entre os sintomas, estão febre alta e calafrios; alteração do estado mental; náusea e vômitos; forte dor de cabeça e pescoço rígido.

Vigilância descarta negligência em morte de bebê

A demora no atendimento por parte do pediatra plantonista – versão apresentada de forma extraoficial -, foi negada ontem pela enfermeira da Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Marechal Cândido Rondon, Franciele Acosta Perez. Mesmo assim, o caso será investigado.

“O bebê recebeu todos os cuidados necessários e mesmo sem a documentação e diante do quadro clínico, recebeu todos os cuidados necessários todas as vezes que precisou de assistência”, comentou a enfermeira. “Vamos investigar minuciosamente o caso com base nos prontuários e fazer o encaminhamento dos exames (via laboratório particular) para o Lacen (Laboratório Central do Estado)”. A partir daí, a Vigilância Epidemiológica tem prazo de 120 dias para realizar a entrega do relatório para a 20ª Regional de Saúde.

O caso será investigado pelo Comitê de Avaliação de Óbitos Maternos e Infantis de Marechal Cândido Rondon, e posteriormente para outros membros do comitê, agora pertencente à 20ª Regional de Saúde. A coleta de exames no Hospital Bom Jesus, em Toledo, foi realizada pela Regional de Saúde. “Como a criança estava sem documentação, o procedimento normal é acionar o Conselho Tutelar, e foi assim que procedemos”.

Conforme a Vigilância Epidemiológica, o primeira atendimento ocorreu sábado, ao meio-dia. “A mãe chegou falando que o bebê estava com dor de ouvido. Realizamos os exames, medicamos e diante da melhora no quadro, a criança recebeu alta”, relata a enfermeira.