Policial

Mais que o dobro

O verão ainda nem começou, mas os últimos dias serviram como uma prévia do que os cascavelenses vão enfrentar até março do ano que vem: termômetros bem acima da média e escassez de chuva.

Para minimizar o calor, muitas pessoas procuram cachoeiras, rios, açudes e lagos para se refrescar. Esta diversão, no entanto, esconde vários perigos. O que comprova isso são as estatísticas do 4º Grupamento do Corpo de Bombeiros de Cascavel.

Conforme a tenente Marcela Schwendler, o número de mortes por afogamento mais que dobrou de janeiro até a primeira quinzena de dezembro em comparação a todo o ano de 2016. “Até agora registramos nove óbitos ante os quatro do ano passado”, diz a tenente. Na maioria dos casos, as vítimas são crianças entre cinco e nove anos, e homens adultos de até 35 anos.

A justificativa para este aumento é simples. “As mortes por afogamento só ocorrem por descuido da pessoa, é ela quem causa diretamente essa situação. Ela negligencia sua própria segurança e acaba se tornando uma vítima”, explica Marcela. Vale lembrar que no caso das crianças os pais ou responsáveis precisam ficar atentos e redobrar a atenção quando estão nestes ambientes.

Em Juvinópolis

O último caso de morte por afogamento registrado em Cascavel foi no domingo (10). Carlos Antunes Pereira, de 56 anos, morreu afogado em um açude, em uma propriedade rural no distrito de Juvinópolis.

Subiu em todo o Paraná

Segundo informações do Sistema Digital de Dados Operacionais do Corpo de Bombeiros, neste ano o Paraná registrou crescimento de 57,8% no número de incidentes com pessoas em meio líquido. Até a terça-feira (12) haviam sido 1.231 ocorrências, enquanto no mesmo período de 2016 foram 780 registros.
Alta significativa também foi percebida no número de fatalidades, que passaram de 41 para 50 – variação de 22%. É o maior número de mortes desde 2014, ano em que foram registrados 886 afogamentos e 54 óbitos.

Como prevenir

Para evitar acidentes, a orientação é de que se preste atenção em alguns detalhes que fazem a diferença nos momentos de lazer. Segundo a tenente, não se deve superestimar a capacidade de natação de qualquer pessoa, e deve-se ainda nadar somente onde se conhece a profundidade do local. “Se não conhece, não se arrisque”, alerta. Ingerir bebidas alcoólicas antes de entrar em cachoeiras, lagos ou rios não é uma boa ideia.

Em caso de flagrante de afogamento, a melhor forma de ajudar é alcançar um objeto flutuante à vítima, se ela ainda estiver consciente. “Não se deve entrar na água para ajudar outra pessoa se não há plena confiança de sua natação”, reforça Marcela.

Quem vai para o litoral, as orientações são semelhantes. Nestes locais sempre há guarda-vidas, e ficar próximo aos seus pontos e obedecer os limites para nado é fundamental.

Operação Verão

Na próxima sexta-feira (22) começa a Operação Verão Paraná, inclusive na Costa Oeste. Durante toda a temporada, esquemas de segurança serão montados, além de planos e ações estruturados para garantir o bem-estar dos veranistas. O suporte segue até o início do Carnaval, em fevereiro.