Cotidiano

Indústria puxa novas contratações

Empregos formais tiveram o melhor desempenho regional em cinco anos

Cascavel – Apesar do atraso sem explicação da divulgação dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) no último mês, os números não são negativos. Conforme os dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego, uma em cada duas vagas de empregos formais gerada neste ano na região foi na indústria da transformação. Sozinho, o setor registrou, de janeiro a agosto deste ano, 1.763 novas oportunidades com carteira assinada.

Somados os setores, o saldo regional foi de 3.461 novas oportunidades, o melhor desempenho no acumulado dos oito meses dos últimos cinco anos considerando as seis maiores cidades da região – Assis Chateaubriand, Cascavel, Foz do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon, Medianeira e Toledo.

No mesmo período do ano passado, esses mesmos municípios haviam fechado 805 oportunidades formais. Ironicamente, o setor que mais deixou desempregados naquele período foi a indústria, com a extinção de 2.291 postos.

A justificativa para o bom desempenho industrial está, segundo a gerente da Agência do Trabalhador de Cascavel, Marlene Trivelari, na recuperação gradativa da economia e no reaquecimento industrial. “Percebemos que os empresários estão tentando se animar, abrem novas vagas para estimular o crescimento”, avalia.

Em Cascavel, onde o setor ofereceu sozinho 1.068 efetivações em oito meses. A explicação é a reabertura do abate de um frigorífico que havia suspendido as atividades ano passado. Em 2017, o abatedouro voltou a operar e, com isso, houve novas contratações.

Serviços

Para Marlene, outro setor que merece ser analisado com atenção é o de serviços, que foi o segundo maior empregador regional com 1.698 novas oportunidades com carteira assinada. “Tanto para a indústria quanto para os serviços, observamos que a oferta de novas vagas tem melhorado gradativamente com as vagas que oferecemos pela Agência assim como com as que são oferecidas fora daqui. Temos conversado muito com os empresários para entender, direto na fonte, o que está ocorrendo e todos dizem que temos que acreditar na recuperação da economia e na geração de empregos. As empresas e os empresários estão se reinventando e acreditamos que essa alavancada vai se manter”, avalia Marlene.

Outro reflexo disso, avalia, é que as empresas, quase que de modo geral, chegaram a um ponto de estrangulamento em que não havia mais de onde tirar profissionais, A opção seria manter o número de colaboradores e se manter com baixo crescimento, ou estimular novas contratações e conquistar novos mercados. “Podemos perceber que muitos empresários se adequaram com o número de funcionários que tinham e estão levando assim, por outro lado, há os que precisavam de mais pessoas e estão contratando”, reforça o presidente da Acimar (Associação Comercial e Industrial de Marechal Cândido Rondon), Gerson Froehner.

Acumulado do mês

No mês de agosto, segundo o Caged, a região gerou – já deduzindo as demissões com as contratações – 319 novas oportunidades. O município que mais contratou em agosto foi Foz do Iguaçu, com 269 novas efetivações, puxadas pelo comércio, com a abertura de 132 vagas.

Marechal Rondon e Cascavel foram as únicas cidades que fecharam o mês de agosto com saldo negativo: 36 e 32, respectivamente.

Apesar disso, o resultado do mês retrasado foi superior ao de agosto de 2016, quando a região havia fechado agosto com a extinção de 268 postos de trabalho.

Paraná e Brasil

No Paraná, o mês de agosto teve a abertura de 1.189 vagas de trabalho, enquanto no acumulado do ano (janeiro a agosto) foram criadas 25.270, mais de 13 mil delas na indústria, confirmando a tendência regional.

No Brasil, o mês de agosto registrou 35.457 carteiras de trabalho, e, no acumulado do ano, um total de 163.417. O maior empregador nacional foi o setor de serviços que, sozinho, responde por quase dois terços de todas as novas contratações de janeiro a agosto. O setor empregou em todo o País pouco mais de 105 mil pessoas.