Política

Frota de Cascavel roda o equivalente a três voltas ao mundo em um ano

O gasto com combustível comprado para abastecer a frota de veículos da administração pública municipal ultrapassou a marca de R$ 3,8 milhões, no ano passado. Foram 1,3 milhão de quilômetros rodados de janeiro a dezembro, pelos 650 veículos – incluindo leve e pesados – que estão em condições de uso. A média foi de R$ 2,86 gastos por quilômetro, sem distinção do tipo de combustível. Considerando que uma volta ao mundo corresponde a 40 mil quilômetros (circunferência equatorial), os servidores de Cascavel, em um ano, percorrem pouco mais de três vezes esse percurso.

Por meio de licitação, a Prefeitura adquiriu: R$ 1.282.289,50 (387.799 quilômetros) em gasolina – média de R$ 3,30 o litro; R$ 51.240,35 (21.206 quilômetros) de etanol – média de R$ 2,41 o litro; R$ 1.651.453,24 (616.827 quilômetros) em Diesel S500 – média de R$ 2,67 o litro; R$ 809.043,77 em Diesel S10 (300.149 quilômetros) – média de R$ 2,69 o litro.

O Procon é o setor mais econômico e gastou apenas 245 litros de combustível, seguido da Secretaria de Comunicação, com 844 litros. O recordista em gasto é a Secretaria de Obras, 414.544 litros, seguido do Fundo Municipal de Saúde (132.948 litros) e em terceiro Assistência Social (97 mil litros).

 

Redução de 9,5% em um ano

As medidas de economia implantadas pelo prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) surtiram efeito ao menos nos gastos com combustíveis. Nos dados da Prefeitura, entre 2016 e 2017, a redução de despesas com gasolina, álcool e diesel chegou a 9,5%. Em 2016 foram 1,4 milhões de quilômetros rodados, totalizando R$ 4,2 milhões – média de R$ 3,06 por quilômetro.

Porém o impacto maior nas contas não se deve apenas a redução do valor negociado em licitações, mas a redução da quilometragem da frota oficial: queda de 7,6% em 2017, na comparação com o ano anterior.

No último ano, Edgar Bueno (PDT) gastou com o grupo R$ 1.636.325,36 em gasolina (455.800 litros), média de R$ 3,59 o litro; R$ 48.918,78 em etanol (20.214 litros), média R$ 2,42 o litro; R$ 1.963.235,87 em Diesel S500 (720.420 mil) – média de R$ 2,72 o litro; R$ 635.864,64 em Diesel S10 (222.984 litros) – média R$ 2,85 o litro.

Edgar rodou mais e gastou mais

Os dados apresentados ao Hoje News apontam uma curiosidade: Edgar Bueno (PDT), ex-prefeito, rodou mais quilômetros e também gastou bem mais que Leonaldo Paranhos (PSC), atual prefeito de Cascavel.

Bueno utilizou 6,4 mil litros de gasolina, conforme demonstrativo do Gabinete, equivalente a R$ 23.096,99 em 2016. Já Paranhos 4,4 mil litros, totalizando R$ 15.792,78 nos doze meses de 2017. Bueno gastou 31% a mais que Paranhos em combustível.

Cartão combustível

Para reduzir ainda mais o gasto, os servidores receberão em breve um cartão para abastecimento dos veículos da Prefeitura de Cascavel. O “Cartão-combustível” será licitado pela Secretaria de Planejamento e Gestão para aumentar o controle da frota. “Ele dará mais agilidade, controle e economia à gestão”, diz Edson Zorek, secretário de Planejamento e Gestão.

Por meio de um software, a Prefeitura terá controle da quilometragem, eficiência do veículo e até bloqueio do combustível, caso seja necessário. O Município avalia ainda outra medida implantada recentemente: a locação de veículos.

Uber dos servidores públicos

Está em andamento na Fundetec (Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico) a criação de um aplicativo para compartilhamento de transporte entre os servidores públicos da Prefeitura de Cascavel.

Conforme o presidente da Fundetec, Alcione Gomes, a ideia é reduzir custos com o deslocamento dos funcionários. “É um ‘Uber’ do servidor público: observamos que quando há uma ação da Prefeitura, muitos carros vão com espaços vagos. A ideia é que a partir desse aplicativo que estamos desenvolvendo os servidores possam dar carona aos demais”, diz Gomes.

Foto: Aílton Santos

Legenda: Presidente da Fundetec diz que “Uber” reduzirá gastos