Cotidiano

Fim dos gargalos depende de força regional

Cascavel – A luta pelo fim dos gargalos logísticos no agronegócio dependem unicamente da união de esforços e fortalecimento das entidades e representantes políticos da região oeste. A opinião foi manifestada pelo presidente da Coopavel, Dilvo Grollil, durante palestra ministrada a engenheiros agrônomos da Areac.

O tema foi acompanhado pelo presidente da Areac, engenheiro agrônomo Francisco Justo Júnior, do chefe do núcleo da Seab em Cascavel, Manoel Chaves e pelo superintendente regional do Banco do Brasil, Luís Antonio da Silva, além de profissionais e colaboradores da Coopavel.

Dilvo começou as explanações apresentando um retrato da produção de grãos, que apresenta um crescimento de 27,5%, contra uma queda da economia de 1.8% nos últimos seis anos. “Se não fosse o agronegócio, o Brasil se transformaria em uma Grécia”, disse. Em seis anos, o crescimento da produção de grãos no Brasil atingiu 46%. Dilvo foi mais além, ao relatar que em 27 anos, a produção chegou a 312%, sendo que a área apresentou evolução de 60%. “O Brasil cresce em produção e não em área, isso se deve principalmente ao nosso clima e solo fértil”, destacou. O Paraná produz 46 milhões de toneladas de grãos, volume que representa 17,5% de toda a produção nacional, e a soja é a commoditie que mais gera divisas ao País. Segundo Grolli, não levará mais de dois anos para o Brasil ultrapassar os Estados Unidos em produção de grãos. Hoje, os americanos produzem 117,2 milhões de toneladas, ante 114 milhões de toneladas no Brasil.

Em relação ao milho, o Brasil ocupa hoje a terceira posição, com 97,19 milhões de toneladas, atrás dos EUA e China. Já em relação ao trigo, a predominância é da União Europeia, com 155,26 milhões de toneladas. O trigo representa no Brasil uma produção de 5,19 milhões de toneladas, somando com os países da América do Sul, totaliza 23 milhões de toneladas.

Em relação ao frango, a produção manteve-se equilibrada nos últimos quatro anos, com uma média de pouco mais de 12 milhões de toneladas abatidas. Dilvo Grolli considerou a Operação Carne Fraca um desastre, gerando como reflexo a perda de confiança do mercado exterior em relação ao Brasil. O Paraná abate dois milhões de toneladas ao ano de frango, correspondendo a 35% da produção nacional.

As expectativas otimistas envolvem o suíno, com projeção do preço pago ao produtor explodir a partir de 2021, por conta da conquista do certificado de área livre de febre aftosa. “Prova disso são os investimentos feito pelas cooperativas na região, expandido a estrutura para abate de suínos”. Em pouco, tempo, Dilvo Grolli afirma que o Paraná ultrapassará o estado vizinho de Santa Catarina. Ele citou a Coopavel como exemplo. Hoje, são 12 mil matrizes de suínos, mas a projeção é chegar a 20 mil matrizes nos próximos anos. O consumo per capita de suíno também vem aumentando. Hoje, são 16 quilos por habitante consumidos ao ano no Brasil. O consumo de frango e boi caiu, reflexo da nova postura do consumidor diante da crise econômica que assola o País.

Dilvo Grolli também traçou um perfil da cadeia da bovinocultura de corte. Segundo ele, o Brasil tem retido no campo pelo menos dois milhões de cabeças de gado por falta de mercado. “Temos uma capacidade industrial de abate de 44 milhões de cabeças, mas só abatemos 42 milhões”, revelou.

Dilvo Grolli aproveitou a oportunidade ainda para falar sobre o custo do pedágio e o gargalo logístico hoje enfrentado com a Ferroeste.