Belo Horizonte – O operador do mensalão Marcos Valério Fernandes fará delação premiada à Polícia Federal. O acordo precisa ser homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), já que envolve políticos. Preso em Sete Lagoas (MG), Valério já teve proposta semelhante negada pelo MP mineiro. O juiz Wagner Cavalieri diz que Valério é “possuidor de inúmeras informações de interesse da Justiça e da sociedade”.
Valério foi condenado a 37 anos e 5 meses de prisão no julgamento do mensalão do PT e é réu em ação penal do mensalão tucano.
Como parte da conclusão da colaboração, o juiz da Vara de Execuções Penais de Contagem autorizou a transferência de Marcos Valério, que estava preso na Penitenciária Nelson Hungria, para a Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), em Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais.
Segundo a PF, o processo foi encaminhado para o STF. Marcos Valério já prestou vários depoimentos à corporação referentes à delação. A homologação do acordo está sob análise do STF porque há, no processo, investigados com foro privilegiado.
Já o Supremo não confirma a existência de tal processo porque acordos de colaborações premiadas correm em segredo de Justiça.
Recentemente veio à tona que Marcos Valério negociava a delação premiada com a oferta de um dossiê sobre o caso Celso Daniel. O prefeito de Santo André (SP) foi morto supostamente por tentar denunciar um esquema de corrupção dentro da prefeitura. Até hoje detalhes do homicídio não foram esclarecidos.
