Cotidiano

De braços cruzados

A greve dos trabalhadores dos Correios segue para o segundo dia. Em Cascavel a adesão nas primeiras 24 horas foi de apenas dez pessoas entre os 150 funcionários.

De acordo com o dirigente do Sintcom (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicações Postais, Telegráficas e Similares) do Paraná, Luiz Carlos Tibes, o setor mais afetado no município foi o de atendimento direto ao público. Nos próximos dias, no entanto, os efeitos da greve passam a ser sentidos também nas entregas de correspondências (cartas e faturas), exceto Sedex e encomendas.

A alegação dos trabalhadores para a paralisação dos serviços por tempo indeterminado é o sucateamento da estatal e os sinais de interesse na privatização, além da alteração nas taxas do plano de saúde, que passariam de 10% para 30% de coparticipação e mensalidade.

“Hoje os servidores não pagam esta mensalidade, e a porcentagem de coparticipação é bem menor do que o que foi proposto. Além disso, quando do concurso público os 10% [de coparticipação] faziam parte do edital, diferentemente da mudança que a empresa quer fazer”, relata Tibes. O sindicalista lembra que os funcionários dos Correios recebem os menores salários entre as estatais, com rendimento mensal médio de R$ 2,7 mil.

O que diz a empresa

Por meio de nota, os Correios afirma que a greve dos servidores é injustificada e ilegal, “pois não houve descumprimento de qualquer cláusula do acordo coletivo de trabalho da categoria”.

A empresa diz ainda que “com o objetivo de ganhar a opinião pública, as representações dos trabalhadores divulgaram uma extensa pauta de reivindicações que nada têm a ver com o verdadeiro motivo da paralisação de hoje: a mudança na forma de custeio do plano de saúde […], que atualmente contempla, além dos empregados, dependentes e cônjuges, também pais e mães dos titulares. O assunto foi discutido exaustivamente com as representações dos trabalhadores desde outubro de 2016, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo Tribunal Superior do Trabalho, que apresentou proposta aceita pelos Correios, mas recusada pelas representações dos trabalhadores. Após diversas tentativas de acordo sem sucesso, a empresa se viu obrigada a ingressar com pedido de julgamento no TST”.

A direção da estatal afirma que os custos da empresa com o plano de saúde dos trabalhadores representam 10% do faturamento, cerca de R$ 1,8 bilhão ao ano.

 

Assembleia

No início da noite de segunda-feira (12), os trabalhadores dos Correios se reuniram em assembleia para avaliar o julgamento do TST sobre o custeio nos planos de saúde. Até o fechamento desta edição, a sentença do Tribunal não havia sido divulgada, assim como o resultado da assembleia.