Política

Coluna Contraponto do dia 23 de março de 2018

Um hospital, 3 inaugurações

A atual gestão na área da saúde pública tem um elefante branco que atende pelo nome de Hospital Regional de Telêmaco Borba. Inaugurado em 2010, a unidade já custou R$ 23 milhões, mas jamais recebeu pacientes. Enquanto isso, 200 mil usuários do SUS de sete municípios seguem tendo de encarar longas viagens quando precisam de atendimentos mais complexos. O relatório anual de gestão de 2012, elaborado pelo próprio governo do Estado, apontava que 93% da obra estava concluída e previa que o hospital seria inaugurado no primeiro semestre de 2013. Já com as 20 UTIs, que não haviam sido previstas no projeto inicial. Nada feito! Mais tarde surgiu a promessa de entregar no fim de 2014. De novo, prazo descumprido.

Descaso

Em 2015, o SindSaúde enviou uma equipe de comunicação para ver em que pé estava a obra, o que de fato impedia a inauguração. Constatação do Sindicato: o mais puro descaso. Equipamentos novos abandonados e um prédio praticamente pronto encostado. Abandonado à própria sorte. Nas eleições de 2016, novo prazo foi estabelecido: primeiro semestre de 2017. E não é que mais uma vez a população ficou no vazio?! Mas, afinal, o que impede o governo de colocar o hospital pra funcionar?

O PSB-PR e o arco-íris

Mesmo sendo um símbolo do movimento LGBT, o arco-íris deveria ser adotado pelo PSB do Paraná. E antes que alguém se manifeste, nada tem a ver com o debate de gênero. É que os socialistas do Paraná estão se dividindo tanto ao apoiar os candidatos ao governo que daqui a pouco só o arco-íris vai ter cor suficiente para marcar a ideologia de cada grupo. Ou cada liderança. Ou cada deputado. Ou cada filiado. Até agora, já gastamos 4 cores.

Caminho traçado

A política tem mais nuances do que os 50 tons de cinza. Ora, no mesmo instante em que o governador Beto Richa se tornar apenas ex, perde a caneta, e com ela a influência e o poder. É da lógica. E aí o quadro se define, tanto para a governadora-candidata Cida Borghetti, como para o seu adversário Ratinho Jr, integrante do próprio grupo político que levou Beto Richa ao poder.

Poder

Cida e o marido, Ricardo Barros, terão a caneta, o poder e todas as vantagens. Serão eles que vão ditar as regras do jogo simplesmente porque, candidato ao Senado, Beto Richa estará dependente da boa vontade da governadora e de seu marido. Ou alguém imagina que Beto Richa pode vir a público e informar: meu candidato ao governo é Ratinho Jr? Se fizer isso, passa a ser tratado como adversário pela governadora-candidata e aí adeus palanques e apoio de prefeitos loucos por recursos estaduais.

De que lado

A neutralidade numa campanha eleitoral, como se sabe, é a favor de alguém. E se Beto Richa vier com esse papinho de ficar neutro estará, mais do que nunca, ao lado da governadora-candidata e de seu ilustríssimo marido.

Fura fila

Advogados do ex-ministro Antônio Palocci, preso em Curitiba há quase um ano e meio, relatam que ele tem mostrado indignação com a decisão do STF de pautar o habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes do seu. “O Supremo criou duas categorias de cidadão: a que impetra um habeas corpus preventivo e fura a fila e a outra de quem está preso há um ano e quatro meses a espera do julgamento do mesmo recurso pelo STF”, disse o ex-ministro ontem.

Atrás das grades

Palocci tem acompanhado a movimentação do STF principalmente pela televisão que fica em uma das celas da superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde está detido. O ex-ministro, que costuma ser discreto e não fazer reclamações, chamou a atenção dos companheiros de cela por falar que está indignado com a ação do Supremo de “furar a fila” com o pedido de liberdade de Lula.