Cotidiano

Cidades estudam novo consórcio para destinação de lixo do oeste

Toledo – A destinação do lixo é um dos grandes problemas postergados pelos gestores públicos, que agora chegou ao limite de gerenciamento. Toneladas de resíduos são acumuladas diariamente na região oeste do Paraná e representam uma preocupação por parte das administrações municipais que vêm tentando traçar uma solução ambientalmente correta e viável no parâmetro econômico.

Interessados em dar um rumo aos investimentos em saneamento e tratamento do lixo, os prefeitos da região apostam agora em uma parceria aplicável à realidade de todos.

Toledo tende a ser um dos pilares para essa proposta avançar, ao contrário de outras discussões que emperraram quanto ao custo, e que acabavam interrompendo qualquer estratégia.

Para tanto, a Prefeitura de Toledo adquiriu uma área de 49 hectares e vai executar a primeira etapa do projeto para coleta – por enquanto apenas de Toledo: R$ 4,5 milhões serão gastos. A ideia é que o Município possa compartilhar a estrutura com as demais cidades satélites.

A proposta anterior, apresentada pela Sanepar e pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, ano passado, sobre a destinação dos resíduos sólidos, foi considerada inaplicável aos municípios do oeste do Paraná.

O custo para o recebimento por tonelada de lixo seria de R$ 190. Ano passado, 27 municípios da região que encontravam dificuldades com a destinação do lixo assinaram um termo de adesão, demonstrando interesse no consórcio intermunicipal – essa aceitação só não foi maior em função do alto custo apresentado pela Sanepar.

O modelo de consórcio intermunicipal já utilizado em aterros sanitários de Cornélio Procópio, Cianorte e Apucarana será aproveitado, no entanto, sem que a Sanepar seja a responsável pela destinação de resíduos.

Dos 399 municípios do Estado, pouco mais de 200 ainda possuem aterros controlados e lixões. A maioria dessas cidades tem menos de 20 mil habitantes.

VALORES

Agora, com a estrutura em Toledo, esse valor poderia ser reduzido a pouco mais da metade: R$ 90 por tonelada. “Inicialmente, Toledo seria uma grande apoiadora para um projeto-piloto. Vamos unir forças para tornarmos isso realidade, ao menos para que possamos iniciar um exemplo multiplicado em todo o oeste”, diz Anderson Bento Maria, presidente da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná).

Toledo está com o atual aterro sanitário com a vida útil à beira do fim: em 2019, conforme a prefeitura, não haverá mais espaço. Por isso, a nova área é fundamental para a expansão e poderá suprir as necessidades de toda a região.

Para que outros municípios possam ser atendidos por meio de um consórcio intermunicipal, a esperança é de que a Itaipu Binacional venha a apoiar o projeto-piloto – as negociações para que isso se torne realidade estão avançadas e em breve será tema de reunião entre os prefeitos para que possam definir metas e investimentos. “Já tivemos demonstração de interesse da Itaipu em nos auxiliar com o projeto, para assim formalizarmos o consórcio”, complementa Anderson.

OBRIGAÇÕES

Além do custo, abrir um aterro sanitário representa uma burocracia grande enfrentada pelos pequenos municípios: são necessários estudos, análises técnicas e laudos ambientais que demandam muito tempo e dinheiro. Investir em estruturas pequenas seria um retrocesso, na opinião do presidente da Amop, visto que o lixo tem grande valor comercial quando bem aproveitado. “Se tivermos uma estrutura moderna, um projeto que incorpore nossas necessidades, poderemos reaproveitar a maioria dos resíduos coletados – se não a totalidade”, diz Anderson.

A ideia é que todos os materiais sejam separados e passem por usinas de reciclagem – assim como outras cidades já fazem (como Toledo e Cascavel), a ideia é vender os recicláveis, usar os orgânicos como adubos e ao chorume para produção de biogás.