Política

Briga de gente grande

O vereador de Cascavel Sebastião Madril (PMB) recorreu ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) para denunciar o comandante do 6º BPM (Batalhão da Polícia Militar), tenente-coronel Rubens Garcez, e servidores da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito) sobre supostas manobras para anular uma notificação de infração a um policial militar.

Em um levantamento a pedido do parlamentar, a Cettrans repassou mais de mil notificações entre 1º de junho a 27 de agosto deste ano – analisadas caso a caso. No entanto, cinco foram omitidas e chamaram a atenção de Madril que procurou o presidente da Cettrans, Alsir Pelissaro.

Após 48 horas de espera, segundo o vereador, os casos foram repassados ao gabinete e analisados pela equipe de assessores. Entre as cinco, duas eram de um policial militar que havia cometido a infração de passar em sinal vermelho e excesso de velocidade. A anulação ocorreu a pedido do tenente-coronel, por meio de ofício, atendida pelo diretor-geral da Cettrans, o tenente Ademir Pereira Sampaio.

Conforme Madril, o veículo dirigido pelo policial militar era particular e não viatura descaracterizada e o servidor nem sequer pertence ao 6º BPM. “Não importa se é seu filho, amigo ou parente. Esse é um serviço nosso e devemos seguir a lei. As pessoas têm que pagar pelos erros”, diz Madril.

Com o pedido de anulação, conforme o vereador, deveria constar o boletim da ocorrência atendida pelo policial supostamente em serviço – o que não foi entregue, bem como relatório de operação. “Houve influência política e improbidade administrativa tanto de quem quis anular quanto de quem acatou. Quando a pessoa é certa, não precisa baixar a cabeça. Tem que parar com jeitinho brasileiro”, afirma o parlamentar, que, antes de fazer a denúncia, teria sido “convidado” a participar de uma reunião no 6º BPM, de caráter político, e que poderia inibir o encaminhamento do caso ao Gaeco.

 

O que dizem

Em nota, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Cascavel alega que o questionamento do vereador Policial Madril foi “prontamente respondido”, sendo enviada a documentação com o ofício do 6º BPM, informando que “as infrações cometidas pelo veículo citado foram cometidas quando da realização de diligências com intuito de identificar e localizar uma quadrilha de criminosos. O policial estava sobre ordem direta do comando”.

A nota garante ainda que, “assim como relata o Artigo 29, parágrafo VII e alíneas do Código de Trânsito Brasileiro, a Cettrans baliza suas ações no princípio da legalidade”.

A reportagem do Hoje News procurou o serviço de comunicação do 6º BPM e foi informada que somente hoje se posicionará sobre o caso, visto que o horário de expediente havia encerrado.