Agentes federais cruzam os braços e pedem voz

Catanduvas – Está marcado para hoje, às 8h, um ato em frente à Penitenciária Federal de Catanduvas dos agentes federais. O protesto, que acontece em todo o País, começa hoje e se estende nos dias 9 e 10 de maio, quando a categoria cruza os braços.

São cerca de 250 agentes penitenciários no Paraná que aderem ao movimento. Durante esses três dias serão mantidos apenas os serviços essenciais. O objetivo da ação é ter voz: “Faremos isso até sermos ouvidos em Brasília. Precisamos chamar a atenção da sociedade e do Ministério Extraordinário de Segurança Pública, que está totalmente alheio aos servidores de carreira”, explica Helder Jacoby, agente que faz parte da Federação Nacional de Agentes Penitenciários Federais.

Os servidores alegam descaso com o Departamento Penitenciário Federal: “O Sistema Penitenciário Federal só está em pé porque é gerido por servidores de carreira e o que existe dentro do Depen é um loteamento político”, acusam.

Em um documento encaminhado à direção-geral do Departamento Penitenciário Nacional, a classe lista algumas das reivindicações: “O Ministério de Segurança Pública tem o dever de conter a gravíssima crise de segurança pública no Brasil; é inconteste que a execução penal é um dos principais fatores relacionados à crise na segurança pública, senão o principal; parece-nos óbvio que a execução penal deveria figurar como pauta de destaque e discussão, o que, até o presente momento, não está ocorrendo; em razão da crise no âmbito penitenciário, as barbáries são perpetradas pelas organizações criminosas no interior dos presídios e nas ruas e é inconteste o fracasso do modelo adotado, o que torna imperiosa uma discussão ampla sobre o tema”.

“O que nos causa espanto é que o atual ministro da Segurança [Raul Jungmann], quando estava na Pasta da Defesa, fazia discursos que eram de acordo com o que pensávamos para a execução penal brasileira. Depois de mais de 60 dias da posse, nem sequer houve diálogo a respeito, um descaso com os servidores penitenciários federais”, ressalta Jacoby.