Policial

EXCLUSIVO: Estado monitora ações do PCC em Cascavel

Em menos de seis meses, dois agentes federais foram executados a mando da facção criminosa

Cascavel – Fundado há quase 24 anos em São Paulo, o PCC (Primeiro Comando da Capital) é uma das maiores facções criminosas do País. Responsável por crimes de grande repercussão, inclusive rebeliões e assaltos milionários, ao contrário do que muitos pensam, a facção não atua somente nos grandes centros.

A reportagem de O Paraná conversou com exclusividade com uma fonte ligada ao comando da Polícia Militar que revela: a cidade foi “tomada” por integrantes do PCC. Isso ocorreu depois da implantação da Penitenciária Federal de Catanduvas, inaugurada em 2006, um presídio de segurança máxima que já recebeu os criminosos mais perigosos do País, como Fernandinho Beira-Mar e Marcola. Muitos familiares desses detentos se mudaram e hoje moram em Cascavel e região. “Com o tempo, por conta da infraestrutura da cidade, essas pessoas ligadas a esses criminosos se instalaram em Cascavel e a criminalidade cresceu consideravelmente. A cidade está tomada por integrantes do PCC. Eles estão nos mais diversos bairros e migram de tempo em tempo, evitando serem descobertos e presos”.

Segundo essa fonte, a “invasão” de faccionados se tornou evidente com a rebelião da PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel) em agosto de 2014. “A partir de então os setores de segurança pública viram que os criminosos do PCC estão dentro das unidades prisionais do Estado. Isso porque foram eles quem comandaram não apenas o massacre em Cascavel, mas todos os outros que aconteceram no Paraná naquele ano”. Em Cascavel, cinco presos foram mortos durante a rebelião.

Varredura

Em dezembro de 2015, depois de meses de investigação, a Sesp (Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária) deflagrou a Operação Alexandria, que cumpriu 577 mandados de prisão de integrantes do PCC, dos quais 484 dentro das unidades prisionais. “Infelizmente o crime organizado, como o próprio nome já diz, é realmente muito estruturado, possui ramificações dentro e fora das prisões. E como isso acontece: muitas vezes as mulheres desses presos recebem as ordens de matar, assaltar, ou cometer qualquer outro tipo de atrocidade”.

Monitoramento

A reportagem de O Paraná conversou com o secretário de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, Wagner Mesquisa, a respeito da presença dos integrantes do PCC em Cascavel. Ele confirma que todas as capitais do País são focos de preocupação. “Não há como dizer que Cascavel está ‘tomada’. Em todas as grandes cidades do Estado há preocupação com o crime organizado”.

Ele acrescentou ainda que as forças de segurança monitoram as ações desses suspeitos. “Sempre há o controle com inteligência”, resumiu.