Cotidiano

Triplex era de Lula, afirma defesa de Léo Pinheiro em alegações finais

Os advogados do ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, afirmaram ao juiz Sérgio Moro que o apartamento triplex 164-A, do Condomínio Solaris, pertencia ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a defesa do empresário, foi por esse motivo que o imóvel no Guarujá não foi vendido pela construtora.

"[Léo Pinheiro] confirmou que o triplex nunca foi posto à venda porque já tinha um dono e que as reformas foram executadas seguindo orientações dos reais proprietários do imóvel, o ex-presidente Lula e sua esposa. O projeto de reforma foi aprovada na residência do ex-presidente em São Bernardo do Campo", dizem os advogados.

As declarações constam nas alegações finais da defesa no processo que apura um suposto pagamento de propina a Lula, por meio da entrega do apartamento e também pelo pagamento da guarda de bens do ex-presidente, em um depósito da transportadora Granero. O documento foi entregue à Justiça na tarde desta terça-feira (20).

Segundo os advogados, o apartamento não foi um presente para Lula. "Os valores gastos pela OAS eram contabilizados e descontados da propina devida pela empresa ao Partido dos Trabalhadores em obras da Petrobras, tudo com a anuência do seu maior líder partidário", afirmam.

Lula nega ser dono do imóvel

A defesa de Lula nega as afirmações. Em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira, eles afirmaram que o imóvel pertence a um fundo de investimentos gerenciado pela Caixa Econômica Federal. O depósito de valores em uma conta da Caixa para a liberação do imóvel passou a ser condição, segundo o advogado. O fato de não ter acontecido nenhum depósito em relação à unidade investigada mostraria ser impossível que o apartamento estivesse endereçado ao ex-presidente.

"Nem Léo Pinheiro nem a OAS tinham a disponibilidade desse imóvel para dar ou prometer a quem quer que seja sem ter feito pagamento à Caixa Econômica Federal”, diz. "É mais um documento que prova que a OAS estava usando este documento em operações financeiras e transferiu este imóvel para a Caixa Econômica Federal", afirmou o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente.