Policial

Quadrimestre: Oeste recolhe mais de 23,5 mi de cigarros contrabandeados

No comparativo com o mesmo período do ano passado, crescimento foi de mais de 41%

Escondido em meio a cargas de grãos, dentro de veículos furtados ou mesmo roubados, ou ainda dentro de bitrens abarrotados. Vale tudo para esconder cigarros que são contrabandeados do Paraguai para o Brasil e que entram pela fronteira na região oeste do Paraná.

Conforme levantamento feito pela reportagem de O Paraná nas delegacias da Receita Federal de Cascavel e de Foz do Iguaçu, que também registram as apreensões de Guaíra, nos quatro primeiros meses deste ano foram apreendidos 23.539.502 maços de cigarros, volume 41% maior que o recolhido no mesmo período do ano passado (16.579.199 de maços).

Uma diferença é que, com o aperto da fiscalização na fronteira, boa parte do contrabando anda pouco no Estado. Tanto que a delegacia de Foz do Iguaçu apreendeu 19.434.530 maços no quadrimestre. Mesmo assim, os agentes de Cascavel conseguiram retirar do mercado clandestino mais 4.104.972 carteiras de cigarros.

De acordo com a auditora fiscal Geovana Longo, da Receita Federal de Foz, a regional tem um quantitativo maior do que Cascavel por conta da sua área de extensão e também por fiscalizar diretamente a fronteira com o Paraguai. “A maior parte da mercadoria, as de maior volume, vem de Guaíra. Os contrabandistas passam com carretas que são interceptadas cotidianamente”.

Ela conta que, no Lago de Itaipu, a polícia tem encontrado diversas embarcações que transportam entre 600 e 800 caixas de cigarros. “Em números gerais, cada barco comporta a mesma quantidade de produto que uma carreta. Eles atracam nos portos clandestinos, deixam o cigarro em depósitos ilegais, e o despacham aos poucos em veículos pequenos para todo o País”.

Segundo Geovana, para driblar a fiscalização em Foz do Iguaçu, muitos contrabandistas mudaram a rota por Guaíra. “Cresceu porque as operações são mais frequentes. O câmbio está mais favorável, baixou um pouco nos últimos meses e, por conta disso, os produtos contrabandeados, principalmente o cigarro, ficaram mais atrativos”. Tissiane Merlak

Valores

Conforme a valoração da Receita Federal, cada maço de cigarro contrabandeado do Paraguai custa, em território nacional, R$ 5. Nesse sentido, as apreensões realizadas na região e encaminhadas para as delegacias de Cascavel, Foz do Iguaçu e Guaíra, equivale a R$ 117.697.510 no primeiro quadrimestre deste ano.

O número é quase 30% maior do que no mesmo período do ano anterior. De 1º de janeiro a 30 de abril de 2016, os cigarros das três delegacias somaram R$ 82.895.995. No comparativo com 2015, o crescimento deste ano foi ainda maior: 39,4%. Entre os meses de janeiro a abril daquele ano foram interceptados cigarros avaliados em R$ 71.332.765. TM

Mercado

Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Datafolha, divulgada recentemente, apontou que 57% do cigarro revendido no Paraná é de marcas ilegais, ou seja, 12 pontos percentuais a mais que a média brasileira, que é de 45%.

Cabe ressaltar que o presidente do país vizinho, Horacio Cartes, é dono da maior fabricante de cigarros do país, a Tabacalera del Este, que produz o cigarro Eight, uma das marcas mais vendidas no país paraguaio.

 

Apreensões de cigarros

MUNICÍPIO        2015 2016 2017

Cascavel     3.911.883   6.823.599   4.104.972

Foz do Iguaçu      10.354.670 9.755.600   19.434.530