Cotidiano

Oeste tem uma cidade em risco e mais 13 em alerta

O levantamento trabalha com três parâmetros para determinar a escala de risco de infestação do Aedes aegypti, que transmite as três doenças

Cascavel – O Oeste do Paraná tem um município em risco e 13 em situação de alerta para risco de surto de dengue, zika e chikungunya. É o que mostra levantamento do Ministério da Saúde realizado em todo o País. O estudo, um dos mais detalhados e completos já realizados, aponta que no Paraná são 68 os municípios em situação de alerta e risco de surto. Em tudo o País, o número sobe para 855. O Ministério considera que conhecer a situação é fundamental para saber as ações e programas que precisam ser adotados para enfrentar o problema.

O levantamento trabalha com três parâmetros para determinar a escala de risco de infestação do Aedes aegypti, que transmite as três doenças. O IIP (Índice de Infestação Predial) de até 0,9% para cada cem residências vistoriadas é considerado satisfatório. Acima de 1 até 3,9 é apontado como de alerta e acima de 4, em risco. A situação que inspira mais cuidados no Oeste, conforme o Ministério da Saúde, é o de São Miguel do Iguaçu. Lá, o IIP está em 4.

Os municípios em alerta são Nova Aurora (3), Formosa do Oeste (1,96), Jesuítas (1,86), Assis Chateaubriand (1,70), Guaíra (1,70), Capitão Leônidas Marques (1,50), Terra Roxa (1,50), Toledo (1,50), Santa Terezinha de Itaipu (1,42), Corbélia (1,30), Mercedes (1,30), Ouro Verde do Oeste (1,10) e Palotina (1,10). Já os que aparecem com menos 1 de IIP são: Catanduvas (0,98), Céu Azul (0,90), Matelândia (0,90), Medianeira (0,90), Diamante do Oeste (0,80), Maripá (0,75), São Pedro do Iguaçu (0,72).

E mais: Ibema (0,70), Santa Lúcia (0,61), Cafelândia (0,60), Marechal Cândido Rondon (0,60), Missal (0,50), Pato Bragado (0,50), Tupãssi (0,45), Nova Santa Rosa (0,40), Santa Helena (0,40), Boa Vista da Aparecida (0,23), Guaraniaçu (0,23), Cascavel (0,20) e Santa Tereza do Oeste (0,15). Ao anunciar os números, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, informou sobre nova campanha para combater o mosquito transmissor das três doenças.

Consequências

O alvo da campanha será orientar sobre as consequências das doenças causadas pelo Aedes. “Esperamos uma estabilidade nos casos de dengue e zika. Como a chikungunya é uma doença nova, e muitas pessoas ainda estão suscetíveis, pode ocorrer aumento de casos ainda este ano. Porém, para o próximo, também esperamos estabilização dos casos de chikungunya” explicou o ministro Ricardo Barros. Ele ressaltou, no entanto, que o Sistema Único de Saúde está qualificado e preparado para o atendimento dessas pessoas.

Mais localidades integradas ao estudo

Dos 3.704 municípios brasileiros que estavam aptos a realizar o LIRAa – aqueles que possuem mais de dois mil imóveis –  62,6% (2.284) participaram da edição deste ano. Em comparação com 2015 houve aumento de 27,3% em relação ao número de municípios participantes. Realizado em outubro e novembro, o levantamento é um instrumento fundamental para o controle do mosquito Aedes aegypti. Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os tipos de depósito onde as larvas foram encontradas e, consequentemente, priorizar as medidas mais adequadas para o controle do Aedes no município.

Atualmente, o levantamento é feito a partir da adesão voluntária de municípios. O ministro Ricardo Barros, no entanto, vai propor que a participação, no levantamento, dos municípios com mais de 2000 imóveis seja obrigatória, a partir de 2017. A proposta será apresentada na reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) entre estados, municípios e União, no próximo dia 8 de dezembro.

Números das doenças

O Brasil registrou, até 22 de outubro, 1.458.355 casos de dengue. No mesmo período de 2015, esse número era de 1.543.000 casos, o que representa uma queda de 5,5%. Considerando as regiões do País, Sudeste e Nordeste apresentam os maiores números de casos, com 848.587 e 322.067, respectivamente. Em seguida estão as regiões Centro-Oeste (177.644), Sul (72.114) e Norte (37.943).

De chikungunya foram 251.051 casos suspeitos, desses 134.910 confirmados. No mesmo período, no ano passado, eram 26.763 casos suspeitos e 8.528 confirmados. Ao todo, 138 óbitos foram registrados pela doença – nenhum no Paraná.

De zika foram 208.867 casos prováveis de febre pelo vírus zika em todo o País até o dia 22 de outubro, o que representa uma taxa de incidência de 102,2 casos a cada 100 mil habitantes. Foram confirmados laboratorialmente, em 2016, três óbitos por vírus zika no País. Em relação às gestantes, foram registrados 16.696 casos prováveis em todo o Brasil. A transmissão autóctone do vírus foi confirmada a partir de abril de 2015, com a confirmação laboratorial na Bahia. O Ministério da Saúde tornou compulsória a notificação dos casos de zika em fevereiro deste ano.