Cotidiano

Movimento de compristas já é 30% maior em Cidade do Leste

Mesmo assim, recuperação de retrações de anos demorará algum tempo para ocorrer

Foz – A queda do dólar, que se mantém nos últimos dias abaixo de R$ 3,40, aumentou a vantagem de fazer compras no Paraguai, onde os impostos mais baixos permitem que os produtos sejam vendidos, em média, a preços 30% inferiores aos do mercado brasileiro. E, como algumas lojas praticam um câmbio diferenciado, para atrair consumidores, a vantagem pode ser ainda mais significativa.

E isso explica porque, nos últimos dois meses, aumentou em cerca de 30% o número de brasileiros nas lojas de Cidade do Leste, que faz fronteira com Foz do Iguaçu. Depois de ver o movimento despencar, quando o dólar superou a barreira dos R$ 4, os comerciantes paraguaios já estão mais animados e competem entre eles para atrair esses consumidores brasileiros.

No caso dos produtos de luxo, por exemplo, a queda da cotação do dólar já reduziu os preços em até 40%, na comparação com os praticados no Brasil, segundo Armando Nasser, dono da Casa S.A.X.. A loja reúne mais de cem grifes internacionais, nas áreas de moda feminina, masculina, joalheria, perfumaria, decoração e bebidas e alimentos finos, decoração, bebidas e alimentos finos, e cerca de 60% de seus clientes são brasileiros.

Nasser diz que quando o dólar subiu para mais de R$ 4,00 os preços de produtos de luxo, principalmente vestuários, vendidos no Paraguai e no Brasil, ficaram equivalentes. É que as importadoras brasileiras preferiram segurar os preços e não repassar o aumento de custos provocado pela alta da moeda norte-americana. Agora, a situação voltou ao normal, e os preços no Paraguai ficaram 40% mais baixos, já que no país vizinho a importação não sofre com a alta carga de impostos como no Brasil.

O comerciante paraguaio diz que, com o dólar variando entre R$ 3,30 e R$ 3,40, o comércio de Cidade do Leste já pode respirar. Mas ele entende que, para voltar aos níveis de vendas de 2014, ainda pode demorar um pouco mais, já que os consumidores brasileiros estão arredios devido à crise econômica e à insegurança provocada pela indefinição política. “Falta confiança para o consumidor sair gastando”, diz Nasser.

Comparações

Se em relação aos produtos de luxo a diferença chega a 40%, em outros é variável, mas sempre se pode chegar a um preço bem mais baixo que no Brasil, pesquisando as ofertas das centenas de lojas de Cidade do Leste. Como exemplo, o celular Iphone 6 de 16 GB. Em pesquisa, o preço mais baixo foi de R$ 2.069, à vista, em lojas no Brasil. Em Cidade do Leste, algumas lojas oferecem o mesmo aparelho por até R$ 1,6 mil (considerando o dólar a R$ 3,37. É preciso ver a cotação do dia, antes de fechar negócio). A diferença, portanto, foi de quase 30%.