Cotidiano

MEC dá prazo para desocupação de escolas

Ameaça é de que Enem não ocorre nas mais de 700 instituições ocupadas

Curitiba – O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) será suspenso em todo o Paraná caso as escolas não sejam desocupadas até o dia 31 de outubro, de acordo com o ministro da Educação, Mendonça Filho e a presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Maria Inês Fini. O prazo foi dado pelo MEC (Ministério da Educação) quando o movimento Ocupa Paraná confirmou a ocupação em 773 escolas. Já, segundo a Seed (Secretaria Estadual da Educação), o número de colégios ocupados no Paraná é de 750. Os estudantes protestam, desde 3 de outubro, contra a reforma do ensino médio no País.

As provas estão marcadas para os dias 5 e 6 de novembro em todo o País e, no Paraná, só devem ocorrer após a desocupação. Conforme a Seed, as avaliações serão realizadas normalmente somente nas instituições onde não há ocupações.  Cerca de cem mil alunos da rede estadual deverão fazer o Enem, de um total de 419.239 inscritos no Paraná, segundo o Inep.

No Oeste, 110 instituições foram totalmente fechadas pelos alunos secundaristas. Somente entre as 93 unidades no NRE de Cascavel, 35.259 estudantes estão sem aula. De acordo com a Seti (Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior),o movimento dos estudantes fechou 12 campus universitários. Na região, a Unioeste de Cascavel, Toledo e Marechal Cândido Rondon estão ocupadas. Nas sete universidades existem atualmente cerca de 95 mil alunos matriculados. A orientação da Seti é para que os estudantes desocupem as universidades evitando mais prejuízos às atividades pedagógicas e acadêmicas.

Além disso, outros 54 aderiram à paralisação dos professores da rede estadual. Conforme a APP-Sindicato de Cascavel, os colégios ocupados no município incluem-se na lista da greve dos servidores. No Estado, 43% das escolas funcionaram normalmente ontem, 21% de forma parcial e 5% fechadas. Isso representa 107 unidades sem aula. Em todo o Paraná, cerca de um milhão de estudantes serão afetados pela paralisação.

 

 

 

“Não temos esse dinheiro”, diz o governador

Reunião entre servidores públicos estaduais e o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, discutiu o orçamento de 2017 no Paraná. O debate, que iniciou às 14h, não havia encerrado até o fechamento desta edição.

Em visita à região Oeste, o governador Beto Richa afirmou que o Estado não há recursos suficientes para reajustes, ao contrário do que está sendo divulgado pelo sindicato que representa a categoria. “Não vamos prejudicar 11 milhões de habitantes em detrimento a alguns. Precisamos de mais de R$ 3 bilhões para pagar o aumento dos servidores, as promoções e progressões. Não temos esse dinheiro. Até temos, mas para isso precisaríamos parar todas as obras do Estado, em todas as áreas”, diz.

Em relação às ocupações, o governador diz que espera “o bom senso dos estudantes para que saiam das escolas. Se esse movimento continuar, se as escolas permanecerem ocupadas, o Paraná não poderá realizar o Enem”, lembra. Conforme o governador, as ocupações causam estranheza. “A movimentação tem viés político e partidário. A alteração proposta é em todo país e, por incrível que pareça, as ocupações estão acontecendo somente no Paraná”.