Cotidiano

Filho de Teori diz que ?muitas pessoas comemoraram? morte do pai

RIO ? O advogado Francisco Zavascki afirmou não ter dúvidas de que ?muitas pessoas comemoraram? a morte do seu pai, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, na quinta-feira, na queda de um avião bimotor no mar em Paraty (RJ). Em entrevista à rádio ?CBN?, Francisco comentou a possibilidade de o magistrado ter sofrido um atentado, mas evitou colocá-la como principal hipótese, e descartou uma ligação com ameaças sofridas pelo pai em outras ocasiões.

? Motivos têm vários (para não ser um acidente). Com certeza, pelas pessoas envolvidas nesses processos (relacionados à Lava-Jato), nas delações que estavam por vir, e nos interesses envolvidos. Com certeza, não tenho a menor dúvida de que muita gente comemorou ontem (quinta) ? disse Francisco.

Segundo o advogado, que no passado relatou ameaças contra o seu pai, elas aconteciam ?com maior ou menor intensidade conforme notícias e as decisões iam sendo tomadas?, e vinham pelas redes sociais, por e-mail e por telefone. Ele descartou, contudo, uma ligação entre as ameaças e um possível atentado.

? Eu acho que se, e deixo um ?se? bem grande, se aconteceu alguma coisa que não uma tragédia, com certeza não é de alguma pessoa que fez uma ameaça anterior, (ela) não ia passar o recibo antes de cometer o ato.

Francisco pediu uma apuração rigorosa sobre as causas da tragédia:

? Não estou dizendo que o que aconteceu foi uma sabotagem ou qualquer coisa. É fundamental que a polícia investigue, o Ministério Público investigue, a OAB se faça presente, e que especialmente a imprensa livre do país acompanhe muito de perto e não deixe nenhuma dúvida sobre os fatos.

O advogado revelou que Teori estava lendo as delações da Odebrecht e que pretendia homologá-las em fevereiro. Ele estaria, contudo, preocupado com o impacto que elas teriam.

? Ele estava confiante de que isso seria resolvido, mas (achava) que a travessia ia ser turbulenta ? afirmou.

Francisco ainda falou sobre a personalidade do seu pai, explicando que o seu semblante sério no tribunal não se repetia com a família:

? Na família, entre amigos, sempre foi uma pessoa muito brincalhona, muito debochada, adorava fazer piadas e brincar com as pessoas. Quem conhecia ele na intimidade não o reconhecia na vida da magistratura.