Cotidiano

Exportações mostram recuperação da indústria

Setor metal mecânico exportou 54% a mais e moveleiro 28%

Cafelândia – Dados da balança comercial paranaense, divulgados pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) apontam um acréscimo de 2,2% nas exportações de janeiro a setembro deste ano em comparação ao mesmo período de 2015. O total exportado chegou a US$ 11,8 bilhões, o que representa cerca de R$ 38,5 bilhões.

Entre os produtos de maior comércio estão os de origem vegetal e animal. Somente com o agronegócio, o carro-chefe estadual, foram US$ 7.617.240.734, liderado pela soja e derivados, responsáveis pela venda de US$ 3,9 bilhões, além de cortes de aves, com pouco mais de US$ 2,2 bilhões exportados.

Outros setores que compõem a balança comercial do Paraná têm mostrado avanços. Um deles relaciona os produtos da indústria metalúrgica, mecânica e de materiais elétricos, que movimentou em nove meses US$ 248.277.365. Apesar de não representar o maior volume em exportações do Estado, o setor foi o que obteve neste período um dos melhores percentuais e que mostra recuperação ante a crise econômica nacional e o desemprego. Até setembro, o acréscimo foi de 54,4%, conforme o Mdic.   

Segundo o vice-presidente do Sindimetal/PR, Nelson Hübner, o acréscimo se justifica devido à valorização do dólar, principalmente no período em que passou dos R$ 3,80. “Isso ajudou muito algumas empresas a comercializarem seus produtos a preços melhores, o que tende a balança comercial a ser positiva”, diz. Hübner ressalta que em relação à indústria automotiva o crescimento de 18,4% ante as exportações de 2015 só ocorreu porque o mercado interno não absorveu a produção, mais um reflexo da recessão da economia. “Assim, as empresas voltarão a exportar”. Somente o setor de automóveis foi responsável pelo comércio de US$ 1,3 bilhão no Paraná. 

Na lista está ainda um segmento pouco explorado no Estado, que tem sua base econômica praticamente toda instalada em Curitiba e Região Metropolitana. São as indústrias de chocolate, que de janeiro a setembro renderam ao Paraná US$ 10,4 milhões em exportações, aumentando este comércio em 108% de um ano a outro.

A indústria moveleira também viu as exportações crescerem de um ano a outro. O acréscimo, de 28%, resultou no comércio de pouco mais de US$ 853 milhões, que em valores só perde para o agronegócio. Segundo o coordenador do Conselho Setorial da Indústria Moveleira da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), Irineu Munhoz, a valorização do dólar frente ao real melhorou a competitividade dos móveis fabricados no Paraná no mercado externo. “Concomitantemente, a queda acentuada no mercado interno fez com que as empresas envidassem mais esforços para exportação como meio de se manter financeiramente saudável”, explica. Munhoz lembra que as exportações de móveis brasileiros já foram bem maiores no passado. “Infelizmente a alta valorização do real frente ao dólar derrubou as exportações na última década. Precisamos de política e moeda estáveis para que as empresas possam se planejar e atender o mercado externo sem se prejudicar”, diz.

Os principais mercados do Paraná continuam sendo a China, que comprou até setembro mais de US$ 3 bilhões em produtos, a Argentina, com US$ 1,07 bilhão e os Estados Unidos, com US$ 580 milhões.

Importações

Em contrapartida, as importações paranaenses recuaram 16,6%, conforme o Mdic, somando US$ 8.212.243.521 desde o início do ano. No mesmo período de 2015, o montante chegou a US$ 9,8 bilhões em todo o Estado. Isso é reflexo da baixa do comércio de produtos importados, um dos efeitos da retração da economia, além da alta do dólar. As importações menos as exportações resultaram em superávit de US$ 1,9 bilhão ao Estado para o período. 

No Paraná, os principais produtos importados foram o óleo diesel, somando US$ 532 milhões, cloretos de potássio (US$ 164,2 milhões) e acessórios para carrocerias (US$ 155 milhões).

Oeste

De janeiro a setembro deste ano, o saldo da balança comercial foi de US$ 597.454.627, com mais de US$ 1,1 bilhão exportados no período, impulsionados especialmente pelo potencial agrícola da região, e US$ 542,2 milhões em importações.

Os maiores exportadores continuam sendo os municípios de Cascavel, com US$ 244 milhões até setembro, Cafelândia (US$ 230 milhões), Palotina (US$ 203 milhões), Foz do Iguaçu (US$ 131 milhões) e Matelândia (US$ 121 milhões).

Exportações

2015     US$ 11.590.943.195

2016     US$ 11.846.516.153

 

+2,2%

Importações

           

2015     US$ 8.212.243.521

2016     US$ 9.856.425.053

 

-16,6%

             

Saldo nacional

As exportações brasileiras superaram as importações, resultando em superávit da balança comercial brasileira de US$ 36,17 bilhões no acumulado deste ano até setembro, de acordo com o Mdic.

Em setembro, o saldo positivo (exportações menos importações) somou US$ 3,803 bilhões, o que representa uma queda de 8,1% na comparação com o mês anterior, quando o superávit foi de US$ 4,14 bilhões.