Cotidiano

Excesso de funcionários inviabiliza setor público

Nos últimos anos, o funcionalismo público no Brasil cresceu proporcionalmente cinco vezes mais do que a população

Curitiba – Qual o índice de desemprego do funcionalismo público? Em um país com uma economia em crise, por que apenas trabalhadores da iniciativa privada são demitidos? Quantos salários no ambiente público foram reduzidos? Quantas pessoas foram exoneradas?

Essas perguntas do professor da FGV-RJ e assessor econômico da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná), Arthur Schuler da Igreja, apontam para um dos principais desafios que o País precisa superar para recuperar o equilíbrio econômico e retomar o crescimento.

Nos últimos anos, segundo ele, o funcionalismo público no Brasil cresceu proporcionalmente cinco vezes mais do que a população. “Hoje são 11 milhões de servidores – 2 milhões federais, 3,2 milhões estaduais e 6,5 milhões municipais”, revela.

Esse cenário, associado ao universo formado por aposentados e desempregados, ajuda a explicar a falta de dinheiro para investimentos. “De toda a população, 100 milhões não trabalham, como idosos e aposentados por invalidez, 11 milhões estão desempregados e outras 11 milhões de pessoas estão em cargos públicos. Quem sustenta isso? As outras 80 milhões de pessoas que estão trabalhando na iniciativa privada”, detalha.

ENXUGAMENTO

Por conta disso, Igreja defende um choque de produtividade e que haja cortes no funcionalismo público. “A única saída é um drástico corte de pessoal desnecessário”, sustenta, observando que o Estado cresce em períodos de bonança e não tem mecanismos de ajuste nos períodos de crise, algo que é natural na iniciativa privada. “Se uma empresa tem queda no faturamento, faz cortes. Já o governo, se arrecada menos, sugere impostos”, ilustra.