Cotidiano

Alerta à dengue! 1 em cada 4 municípios tem alto risco de surto

Casos de dengue se acumulam e condição de surto avança pela região - Foto:Aílton Santos
Casos de dengue se acumulam e condição de surto avança pela região - Foto:Aílton Santos

Santa Helena – Em um ano em que as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti se alastram feito rastilho de pólvora por todo o Estado, com oito mortes já confirmadas – duas delas na região oeste -, uma informação alarmante e que merece atenção de gestores públicos, mas sobretudo da população, a quem cabe o cuidado para a não proliferação do vetor: um em cada quatro municípios da região pode sofrer surto de dengue, com alerta estendido aos possíveis casos de zika e chikungunya.

E olha que esse alerta não é para médio ou longo prazo. Segundo o Ministério da Saúde, isso pode ocorrer em poucos dias ou semanas.

Os dados foram divulgados nesta semana e apontam, em algumas ocasiões, índices alarmantes de infestação do mosquito transmissor dessas doenças.

No oeste, a situação mais crítica está em Santa Helena, com índice de infestação igual a 12. Ou seja, em cada 100 imóveis vistoriados, 12 tinham focos do mosquito no primeiro Liraa (Levantamento Rápido de Infestação para Aedes aegypti) realizado neste ano. O preconizado pelo MS e pela Organização Mundial da Saúde é de até 1%.

Para se ter ideia, a situação regional é pior que a observada na lista nacional, onde um em cada cinco municípios convive com esse alerta, ou seja, 20% dos vistoriados contra 26% na média regional.

Além de Santa Helena, outros casos preocupantes são de Nova Aurora, com infestação de 8,6; Vera Cruz do Oeste, com 7,7; e Capitão Leônidas Marques, com 7,4.

Nas cidades

A reportagem tentou contato com o Controle de Endemias de três primeiros municípios, mas ninguém atendeu as ligações. Já em Capitão Leônidas Marques a responsável pelo setor, Neureci Ferreira, confirma que a situação é preocupante.

Como o MS considerou o primeiro Liraa do ano, por lá já foi realizado o segundo, mas o índice de infestação segue elevado, e ainda está em 4%. São dois casos de dengue confirmados, mas mais de 30 aguardam exames em um município com apenas 15 mil habitantes.

No momento em que a reportagem contatava o setor, Neureci estava realizando o chamado bloqueio, porque mais um caso suspeito havia sido notificado. “A situação é muito preocupante, mas é a velha história. Cada um precisa fazer a sua parte. A população precisa cuidar, estamos de fato muito preocupados”, reforçou.

Há 1.257 casos confirmados e outros 8 mil em investigação

Apesar das condições de perigo, não há uma possibilidade imediata de epidemia na região oeste do Paraná, alerta o Ministério da Saúde. Os números do atual ciclo epidemiológico (1º de agosto de 2018 até o momento) comparados com o ciclo passado inteiro (1º de agosto de 2017 a 31 de julho de 2018) representam elevação de 269%.

Já foram confirmados 1.257 casos de dengue no oeste, considerando os nove municípios cobertos pela 9ª Regional de Saúde de Foz do Iguaçu, os 25 da 10ª Regional de Cascavel e os 18 da 20ª Regional de Toledo. A região confirmou duas mortes em decorrência da doença, ambas em Cascavel.

No ciclo passado, haviam sido confirmados 341 casos e duas mortes, mas ambas em Foz do Iguaçu.

Considerando os casos suspeitos, que ainda dependem dos resultados dos exames laboratoriais, o oeste soma 8,2 mil notificações, ou seja, uma média de 30 diagnósticos suspeitos todos os dias.

Quanto às demais doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, o oeste somou no ciclo passado inteiro cinco casos de chikyungunia e nenhum de zika; Agora, todos os seis casos de chikunguinia do Estado foram registrados na região: cinco em Foz e um em Medianeira; e dois casos de zika vírus, um em Foz e outro em Santa Terezinha de Itaipu.

 

Reportagem:Juliet Manfrin